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Estudos e artigos

Fruto do Espírito – Desarmados pelo amor

Quando eu era criança, fui criado em um ambiente de fazenda, morava em uma cidade do interior de Minas Gerais que se chama Luz. Se você não conhece esta cidade, vale a pena conferir, uma pequena cidade linda e acolhedora em nosso estado. Mas não estou aqui para falar de Luz e sim para falar de algumas coisas com as quais tive a oportunidade de vivenciar na infância. Fui criado como qualquer criança daquela época, com liberdade para explorar os campos e fazer todo tipo de brincadeira. Subir em árvores e apanhar os frutos maduros era uma grande festa. Havia frutos de todos os tipos: goiaba, jabuticaba, laranja, mexerica, ameixa, maçã, pêssego, mamão e tinha a manga. Subir no pé de manga para pegar as frutas mais altas, certamente, era a aventura mais emocionante, pois eram as maiores árvores e as frutas ficavam nas pontas dos galhos.

Que lembrança boa. Apanhar os frutos nos seus pés e comer ali mesmo, limpando a fruta apenas na camisa suja. Uma festa. Mas para colher estes frutos era preciso que a gente tivesse paciência. Era necessário que primeiro viessem as flores, depois aparecessem os frutos e depois era preciso que eles estivessem prontos para que pudessem ser colhidos.

Quando a Bíblia nos fala de Fruto do Espírito, tenho na minha mente essas lembranças da infância e sei que o apóstolo Paulo, provavelmente, também as tinha. O Fruto do Espírito, descrito por Paulo, revela-se em nove características maravilhosas: paz, amor, alegria, bondade, benignidade, fidelidade, paciência, mansidão e domínio próprio (quando dei o nome das frutas, também listei nove tipos de frutas). O Fruto do Espírito, destacado por Paulo, possui suas nuances e revelam-se em uma mudança progressiva, constante e que atinge a pessoa por inteiro.

Da mesma forma que os frutos do campo, é necessário que a pessoa que vai dar o Fruto do Espírito esteja passando por um processo de crescimento espiritual. As frutas precisam de água, sais minerais e luz. O crente precisa de vida com Deus, alimento sólido da Palavra e serviço ao Reino. Vamos crescendo progressivamente e, à medida que nos tornamos mais maduros, os bons frutos podem ser observados. Passamos por uma mudança muito grande. Somos lapidados e transformados por Deus e deixamos o velho homem para trás, tornando-nos pessoas melhores e que fazem transformação na vida de outras pessoas. O fruto serve para alimentar as pessoas e não a si mesmo. Os frutos em nós também devem ser usados para cuidar das pessoas que estão perto de nós.

Mas a Bíblia nos revela algo que é incrível. Eu posso ter várias das características do Fruto do Espírito e, mesmo assim, não agradar a Deus. Agradarei as pessoas, mas não agradarei a Deus. Paulo diz em sua carta de 1 Coríntios que eu posso fazer grandes coisas que deixarão os homens impressionados, mas se eu não tiver fazendo todas estas coisas por e com amor, elas não têm nenhum valor para Deus.

O amor é o dom supremo, é o Fruto supremo, é a verdadeira marca que diferencia os verdadeiros crentes dos falsos crentes. Entenda isso. Mais do que ver as ações, é importante que você perceba o que motiva uma pessoa a fazer estas boas ações. Voltando para o exemplo dos campos, me lembro de muitas vezes me esforçar para colher um fruto muito bonito, mas quando eu ia comer, ele estava cheio de bichos, estava podre ou tinha tido um de seus lados comido pelos pássaros.

O verdadeiro Fruto do Espírito, além de ser muito bonito, deve também ser perfeito e muito saboroso. Este sabor vem de suas intenções, de suas verdadeiras motivações, entre elas o amor. O amor a Deus e o amor ao próximo. O verdadeiro amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não é soberbo, não se conduz de forma inconveniente, não procura os seus próprios interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Co 13.4-7).

Minha oração é que sejamos tão cheios do Espírito Santo, que o Fruto do Espírito seja encontrado com fartura na Oitava Igreja, e que este seja o fruto verdadeiro, acompanhado pelo verdadeiro amor. Jesus te abençoe!

Pr. Eduardo Borges · Pastor Auxiliar