Menu

Pr. Jeremias

FRATERNIDADE ·2

“Continuamos, nesta mensagem de hoje, falando sobre a fraternidade como um dos elementos indispensáveis à vida de uma comunidade. E estamos convencidos de que a verdadeira fraternidade depende de, pelo menos, cinco fatores indispensáveis ao exercício do espírito ou da vida fraternal:

1| Devemos gostar da pessoa humana, independente de sua posição social, econômica, religiosa ou racial. Gosta-se do ser humano porque ele é o “nosso próximo, o nosso semelhante, o nosso irmão natural”. Isso independe de “simpatia” ou “empatia”. O querer bem ao nosso próximo é um mandamento divino, mesmo que ele seja o nosso “inimigo”. O espírito fraternal nos faz superar todas as fraquezas humanas e nos leva a orar por todos os homens. É por isso que a Palavra de Deus afirma que Cristo “simpatizou conosco”, não porque o mereçamos, mas porque Ele conhece o valor intrínseco do ser humano e nos ama.

2 | Devemos reconhecer a dignidade humana. O ser humano não é um animal comum. Ele foi feito “à semelhança de Deus”, ou, numa tradução mais lídima, “à sombra da projeção de Deus”. Existe no homem uma dignidade que se não vê em nenhum outro ser criado por Deus. É essa dignidade que deve ser reconhecida e respeitada, por mais abjeta que nos pareça a pessoa humana, arruinada pelo pecado. Quanto mais pecador, mais merece o nosso amor, pois, nas palavras de Jesus “a quem muito pecou, muito se lhe perdoou”.

3| Devemos procurar criar uma relação de amizade com todos. Ódio é, psiquicamente, comparado ao câncer. Tudo destrói; tudo corrompe. Um coração doentio odeia; um coração sadio ama. E não há amizade sem a semente do amor desinteressado e que somente de Deus pode vir. É verdade que nem toda amizade nos convém, no sentido de um relacionamento mais íntimo. Mas, entre odiar e evitar consequências inconvenientes de relacionamento vai um abismo imenso. Podemos evitar sem ofender. Isso é manter a necessária fraternidade.

4| Devemos interessar-nos pelos problemas do próximo. Como vulgarmente se diz, há muita gente que “quer Deus para si e o diabo para os outros”. É verdade que nós já temos os nossos problemas, mas não custa uma palavra de simpatia, um conselho de mais experiência, um abraço fraternal de apoio, uma oração que inspira. Vivemos solitários no meio da multidão. Diz R. W. Emerson que “a indiferença para com o próximo é a maior maldade que pode cometer contra ele”. A fraternidade faz-nos necessários.

5| Finalmente, devemos fazer-nos dignos desta relação fraternal. Às vezes, somos evitados porque não merecemos a confiança que a vida fraternal nos proporciona. Revelamos os segredos dos outros; tornamo-nos mexeriqueiros, inconvenientes, criando problemas insanáveis. Não somos dignos da confiança que a fraternidade nos concede. Não existe fraternidade sem sinceridade. Mas a fraternidade sincera é sentida, recebida, desejada e conservada.

Concluindo: Nossa igreja comemora hoje 10 anos de existência eclesiástica. O que a tem feito crescer? Sem dúvida, o espírito de fraternidade que temos procurado desenvolver para que sejamos uma verdadeira comunidade. Continuemos, irmãos. O último mandamento de Jesus aos seus discípulos foi: “Amaivos uns aos outros, assim como Eu vos amei”. E o amor começa com o espírito de fraternidade. Amém.

(Escrito por Rev. Wilson de Souza, em maio de 1979. Ele foi pastor titular da igreja entre os anos 1978-1986 e pastor emérito entre 1987-1989. Faleceu em 1989.) O texto acima reflete uma das marcas da Oitava Igreja ao longo de sua jornada ministerial: uma igreja acolhedora de pessoas. A mensagem é muito atual e devemos responder nesta geração ao ensino, às admoestações e ao apelo feitos a geração de Oitavianos dos anos 70.

Pr. Jeremias Pereira

Pastor Titular