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Estudos e artigos

FILHOS DE DEUS – FAÇA PARTE DA FAMÍLIA DE DEUS (JOÃO 1.10-13)

De vez em quando escuto alguém falar que “família é tudo igual”, talvez tentando justificar algo inusitado que acontece dentro de seu próprio círculo familiar. Contudo, a frase carrega em si uma enorme dose de incoerência, pois, apesar de todos, de alguma forma, estarem inseridos em um contexto parental, não existe uma só família que seja igual. Assim, cada um de nós tem uma experiência diferente com sua própria família, às vezes muito boa, com amor e acolhimento, outras vezes tensa, cheia de conflitos, e algumas vezes até oscilando entre os dois extremos, dependendo da estação emocional vivida. Como diria um poeta, de perto ninguém é normal.

Biblicamente, a família não é uma organização social nem cultural, mas divina. A união entre homem e mulher que produz descendência é algo arquitetado pelo Deus Criador. Contudo, ao escolher a desastrosa estrada do pecado, a família sofreu suas consequências, não só atrapalhando o relacionamento de seus componentes, mas, pior ainda, afastando a família de seu principal relacionamento: aquele com o seu Criador.

Deus, entretanto, não deixou estar. Com um plano preparado desde a eternidade, o Senhor enviou Seu Filho para resgatar a humanidade perdida, mas de uma forma tão extraordinária que não apenas perdoou seus pecados em Cristo Jesus, mas formou n’Ele uma nova humanidade, adotando como filhos aqueles que, pela fé, se entregam a Cristo.

Por isso, João diz em seu evangelho que “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (João 1.12). Aquele que recebe as boas novas do Evangelho, personificadas em Jesus Cristo e no Seu sacrifício na cruz, e decide abandonar sua vida de pecado para viver em santidade para Deus é transformado pelo Senhor para um relacionamento que vai além de Criador-criatura. Deus passa a chamá-lo de filho, num processo de adoção que envolve a agência de toda a Trindade. À luz dessa verdade, o apóstolo Paulo afirma que já não somos estrangeiros e peregrinos, mas da família de Deus (Efésios 2.19).

Os efeitos desse acontecimento em nossas vidas são eternos, pois essa família é eterna em Cristo. Mas não precisamos esperar a eternidade chegar para experimentar suas consequências, que não são poucas.

Para aqueles que experimentaram famílias disfuncionais até aqui, o Evangelho nos convida a uma nova caminhada, onde o amor, o perdão, a aceitação e o suporte de uns para com os outros é a nova regra. Famílias inteiras têm experimentado, no poder da presença do Espírito Santo, uma nova realidade, deixando para trás as antigas experiências e heranças das antigas gerações para viver uma caminhada diferente, lideradas pelo que se aprende com Jesus.

Para os que carecem de uma família natural que partilha de sua fé em Cristo, “Deus faz que o solitário viva em família” (Salmo 68.6), quando descobrimos que na Igreja temos uma enorme família para caminhar lado a lado, com pais e mães espirituais, irmãos para dividir o fardo e filhos espirituais que geramos e cuidamos por meio do discipulado.

Independentemente de sua experiência familiar nessa vida, uma coisa podemos afirmar: não existe família igual à família da fé! Enquanto Jesus não voltar, vamos crescendo juntos e convivendo com imperfeições em meio ao agir sobrenatural da presença de Deus, mas não existe experiência mais fantástica do que essa: viver numa família que tem o Deus Criador como Pai, Jesus Cristo como irmão modelo e o Espírito como agente interno de transformação. Se você já faz parte, mergulhe ainda mais nesse relacionamento familiar. Se ainda não deu esse passo, o que está esperando? Creia e deixe tudo o mais com Jesus!

– Pr. Luis F. Nacif Rocha – Pastor Auxiliar