Festa Junina!
O mês de junho chegou, e com ele muitos preparativos para as famosas festas juninas! Nessas festas existem sempre muitas músicas animadas, decorações coloridas, brincadeiras e atividades, alegria no ar e muita coisa boa para comer. No entanto, é também nessa época que sempre ouvimos uma antiga pergunta: crente pode participar de festa junina?
Precisamos entender a origem dessa festa. As festividades começaram no contexto do império grego como uma celebração pela chegada do sol e do calor. O sol trazia fertilidade para a terra e possibilidade de produção para uma sociedade agrícola em sua maioria. Naqueles dias, essas comemorações eram sempre permeadas por muita mitologia. Posteriormente, já na era cristã, a Igreja Católica Apostólica Romana adotou essa festa para celebrar também a vida do profeta João Batista (São João), posteriormente do apóstolo Pedro (São Pedro) e de Antônio de Lisboa (Sto. Antônio).
Precisamos, também, entender que existem elementos da cultura local que não estão necessariamente ligados a crenças religiosas. A cultura da roça é de comida farta, oriunda dos produtos produzidos pela terra da região. Nela está sempre presente a cantiga de viola, que alegra o povoado ao redor da fogueira no cair da noite. As roupas bastante peculiares refletem os padrões estéticos do povo em seu tempo. Os elementos da cultura de um povo são o resultado de costumes do dia a dia que se repetem pelas gerações.
Sendo assim, como equilibrar cultura e crença? Em primeiro lugar, precisamos nos lembrar de que estamos no mundo, mas não somos do mundo. Nossa cosmovisão não é desta terra, nem nossos padrões os deste mundo. Somos cidadãos do Reino de Deus e, assim, não adoramos a nenhum outro Deus. Precisamos ter isso claro em nossa mente, pois, como cristãos, não podemos participar de cultos aos falsos deuses, nem nos calar diante dos enganos pregados. Antes, devemos cultuar ao nosso Deus em todas as coisas e proclamar Seu Evangelho.
Em segundo lugar, não podemos demonizar culturas e ignorar sua beleza. Não podemos demonizar a comida. Foi Deus quem a criou. Não podemos demonizar a melodia, pois é realmente boa, e tudo que é bom provém do Senhor. Não podemos permitir que nossa religiosidade tire de nós a bênção da alegria e da festa, a beleza da música e o sabor dos deliciosos pratos. Ao mesmo tempo, precisamos de sabedoria e discernimento. A cultura também é formada por uma mentalidade pecaminosa. É necessário que sejamos prudentes e santos, e que busquemos o discernimento do Espírito Santo de Deus para não nos deixarmos levar pelo discurso de que “não tem nada a ver”. Precisaremos tomar a decisão de romper com a cultura e condená-la, se ela se opuser ao Evangelho.
Por fim, cremos que a criação, feita à imagem do Criador, mesmo manchada pelo pecado, permanece refletindo aspectos de Sua imagem e beleza, de maneira que em toda cultura sempre acharemos pontos de contato para introduzirmos a mensagem do amor de Deus revelado em Seu filho Jesus Cristo. Não podemos desejar viver fora deste mundo, longe de pessoas que não são crentes, buscando assim uma falsa santidade. Na verdade, se fizermos isso, descumpriremos a ordem direta que nos foi dada pelo Salvador: Ide por todo mundo e pregai o Evangelho!
Sendo assim, equilibre seu coração. Honre e adore somente ao Senhor Jesus. Não negocie com o pecado nem com a idolatria. Ame as pessoas e passe bom tempo com elas. Seja luz na escuridão e proclame o amor de Cristo. Aprecie a boa música, se alegre no Senhor e aproveite a boa comida. Com essa festividade, aproveite a oportunidade para proclamar a grande verdade do evangelho, afinal, “São Pedro declarô e São João confirmô: Jesus Cristo é o Sinhô!”.
Pr. Israel Abreu · Pastor Auxiliar