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FAMÍLIA OITAVINHA – 50 ANOS DA OITAVA IGREJA

Na segunda matéria especial sobre os 50 anos, falamos sobre o tempo da igreja na Rua Itamogi.

Uma das principais características da Oitava Igreja, desde suas origens, é a presença de uma liderança forte e marcante, tanto para a igreja, quanto para uma geração. Quem conhece a Oitava ou ao menos já ouvir falar da igreja, certamente também ouviu dizer sobre dois nomes em especial: Rev. Wilson de Souza e Pr. Jeremias Pereira. O amor com o qual os membros tratam e falam da igreja também é uma das principais marcas da Oitava, desde seus primórdios. E a forma mais carinhosa de chamar a igreja surgiu nos tempos da Rua Itamogi: a Oitavinha.

No fim da década de 70, a chegada do Rev. Wilson de Souza trouxe grandes novidades para a igreja. Um tempo em que foi preciso recuar para crescer, mas, principalmente, que serviu para formar a identidade que permanece até hoje com a igreja. Mesmo antes da definição da visão, os pontos já estavam presentes na vida da igreja: bíblica, contemporânea, acolhedora de pessoas, presente na cidade e parceira na evangelização do mundo. O Pr. Wilson pastoreou a igreja entre 1977 e 1989, num período de desafios, reconstrução e de consolidação da Oitava Igreja.

Sua vinda movimentou os membros, com a criação de Sociedades Internas e Ministérios. Segundo o Sr. Ângelo Pio, antigo Presbítero da Oitava, a chegada dele deu uma nova cara à igreja: “Mudou 100% com o Rev. Wilson. Ele levantou uma igreja mesmo. Ele tinha uma pregação muito forte. Um bom pregador, uma palavra firme. Ele levou até pessoas de outras igrejas, arrebanhou o povo”, afirma. José Rubens, o Rubinho, define o Pr. Wilson como um pastor enérgico, dinâmico, “bom de cabeça e de memória”. “Creio que o Espírito Santo de Deus estava com aquele homem, abençoou aquele homem a vida toda”, resume.

Flavius Marinho, membro da igreja desde a década de 80, comenta que o Pr. Wilson estruturou a igreja de uma forma mais organizada e expansiva: “Quando eu cheguei, ele estava montando uma Mocidade”. Célia Serranegra Marinho, que foi a primeira criança a ser batizada, ainda nos tempos da Congregação, conta que a chegada do Pr. Wilson fez muito bem à igreja: “Ele veio com uma animação, com muita energia, e eu acho que isso contagiou [as pessoas]”. Ela também relembra que nesta época a igreja era realmente como uma família, já que eram poucas pessoas e, em sua maioria, moradores do bairro Floresta, o que deixava o ambiente muito aconchegante. A aproximação beneficiava o discipulado, que segundo Celinha, foi uma grande marca para a Mocidade da Oitavinha.

E por falar em Mocidade, foi para auxiliar neste ministério que nosso pastorzão Jeremias Pereira chegou à igreja, em 1982, convidado pelo Pr. Wilson, depois de um período na Quarta Igreja Presbiteriana. Ele explica que tinha um trabalho com os adolescentes no Presbitério e que isso chamou a atenção do Rev. Wilson: “Eu tinha colocado no meu coração que, algum dia, eu queria trabalhar pelo menos dois anos perto de um homem de Deus para aprender um pouco sobre o pastorado. E o Rev. Wilson me disse: ‘a Oitava nem aguenta pagar nós dois, mas vai para lá, nós vamos trabalhar, Jesus vai nos abençoar e aí vai crescer, vai melhorar’.” Apesar dos outros convites que tinha, o Pastor Jeremias decidiu-se pela Oitava: “Vim para ficar três anos, estou há 37”, conta.

Rubinho comenta que o estilo do Pastor Jeremias já era esse que vemos hoje: carismático e atencioso: “Ele era um garoto, sempre simpático com aquele sorrisão dele, aquele jeito dele chegar diferente. Sempre alegre e muito atencioso. E deu certo! Está aí há todos esses anos”. Sua função inicial na Oitava era cuidar da juventude, mas em sua primeira Escola Bíblica, ele se deparou com apenas quatro, dos vinte jovens da igreja: “Eu perguntei ao Rev. Wilson: ‘Pastor, cadê os jovens?’. E, dentro da Variante azul dele, colocou a mão para o lado de fora e falou assim: ‘Os jovens estão aí perdidos, meu filho, você quer ser pastor de jovens, vai lá atrás dos Jovens’”, relembra com bom humor. Então começaram as atividades para a juventude: Discipulado, evangelismo, reunião de oração de madrugada, visitas… E com a maior movimentação do ministério, cresceu também o número de integrantes e de membros da igreja.

“Éramos mais do que irmãos em Cristo, nos tornamos uma família”, classifica Celinha sobre a Mocidade naquele tempo. Além da oração uns pelos outros, ajuda em caso de necessidade, os intercâmbios e disputados acampamentos eram marcas da UMP da Oitava, o que facilitou e muito a divulgação da igreja para outras comunidades da cidade. Este foi um período de muita integração com outras igrejas, como a Batista da Floresta e Batista Central. Mas o que mais ajudou na publicidade e crescimento da igreja, segundo Flavius, foi a realização do Celebrai, um evento de louvor e evangelização realizado fora da igreja, como no Minascentro, com a presença do Rev. Antônio Elias e da banda Rebanhão, por exemplo. O louvor foi um grande destaque da igreja na década de 1980, tanto que ela foi uma das primeiras a contar com uma bateria.

Em tempos de crescimento, ao final da década de 80, uma grande perda marcou a igreja: já enfermo há algum tempo, em 1989 o Rev. Wilson faleceu, deixando saudades, mas boas lembranças e um extenso e importante legado de cristianismo, serviço e adoração. Apesar da dor, a consolação do Espírito Santo estava sobre a igreja, que contava também com a sucessão do Pastor Jeremias, que segundo Célia, muito se parecia com o antecessor: “Do mesmo jeito que o Rev. Wilson era carismático, falava muito, abraçava muito, o Pr. Jeremias é igual”, opina. Jane Marinho Queiroz Costa Narciso, a Jane do Rubinho, concorda com Celinha em sua fala: “Eu falei com ele que estou sentindo ele tão parecido com o Rev. Wilson… As atitudes, a maneira mais liberal para falar as coisas. Ele está cada dia mais diante de Deus, e você vê a facilidade com que ele se expressa, acho que é a maturidade”, classifica.

Organizar a estrutura física e ministerial da igreja, crescer, aparecer para a cidade e alcançar os perdidos por meio de congregações e missões. A Oitavinha tem um espaço especial no coração e na memória de quem participou desde aquela época e a instalação na Rua Itamogi foi um tempo especial de comunhão e crescimento espiritual para os membros da igreja. O crescimento também foi quantitativo, a ponto de, neste período, começar a realização de dois cultos dominicais. Pouco tempo depois, não houve outra escolha: era preciso ampliar o espaço. Em 1996, mudamos para o Palmares.

No próximo mês, falaremos sobre a mudança e a instalação da nova igreja.