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FAKE NEWS

O TERMO EM INGLÊS QUE SE TRADUZ EM PORTUGUÊS PARA “NOTÍCIA FALSA”, ACABOU VIRANDO NOTÍCIA TAMBÉM.

“Recebi de um amigo no WhatsApp, é confiável”. “Se está na página desse irmão, é porque é verdade”. “Vi naquele site, na internet, claro que acredito”. Talvez pelo visível aumento do uso de smartphones, o acesso rápido a notícias é uma realidade da nossa sociedade, imediatista e consumista do maior número de informações no menor tempo possível.

É fácil compartilhar. É só um clique. O que tem de mais? Enviar aquele vídeo, com aquela narração dramática, com os dados um tanto quanto duvidosos, mas que impressionam e convidam para uma mudança. Não podemos ficar assim. E os textos assinados por pastores, jornalistas, artistas e personalidades até já falecidas, que nunca saberemos se são eles mesmos os autores. Sempre em tom de protesto, quase sempre discordando de um político, muitas vezes usado propositalmente por alguém com outros interesses.

Há também as chamadas escandalosas, assuntos inacreditáveis, o uso da imagem de influenciadores ou personalidades cativantes. Produzidos por computadores ou realmente pagos para mentir. Anúncios em seu navegador, e-mails recebidos ou links sugeridos para você clicar.

A falta de averiguação, a pouca desconfiança, a vontade de participar de um debate. Qual será o real motivo por trás dessa verdadeira enxurrada de notícias compartilhadas nas redes sociais? Quando e por que foi que isso teve início? O termo fake news, segundo a BBC, viralizou em 2016, após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, mas a prática já é velha conhecida e não tem uma data de nascimento determinada.

Há indícios de que a última eleição norte americana teve forte influência das notícias falsas publicadas no Facebook. A rede social tem sofrido duras críticas a respeito disso, e o seu fundador, Mark Zuckerberg, precisou dar satisfações no congresso dos Estados Unidos e ao Parlamento Europeu sobre a interferência do site nas eleições. Sobre o Brasil, Zuckerberg, afirmou que fará o possível para manter a integridade das eleições deste ano.

A Folha de São Paulo, um dos jornais mais antigos do país, decidiu-se por não utilizar mais a sua página no Facebook. A mudança em um algorítimo da rede social passou a privilegiar as postagens com interação pessoal, o que pode, no fim das contas, aumentar a propagação das notícias falsas na rede, uma vez que os veículos de imprensa não terão tando destaque no feed.

Checagem. É um dos passos do jornalista para produzir o conteúdo. É a conferência, “vamos ver se é isso mesmo”. E se essa parte não é feita da maneira correta, há grandes chances de dados serem omitidos ou distorcidos. Sempre pensamos que não foi por maldade, é do ser humano a facilidade de confiar em seu semelhante. Mas se pararmos um pouco, nada disso parece ser à toa. Então por que criariam uma página falsa, com um conteúdo falso, para beneficiar ou prejudicar alguém? Quando há disputa de poder, não se pode duvidar de muita coisa neste mundo sórdido.

Quem fez o quê, quando, onde, como e por quê? São essas perguntas que o lead, o primeiro parágrafo de uma notícia, deve responder. E se não responde? E se os dados, as datas, as pessoas não batem? E se só esse blog ou essa página está noticiando o fato? Por que não confirmar nos grandes jornais, procurar em blogs referência, por que não desconfiar da informação que assustou de cara?

De acordo com uma pesquisa do MIT, Massachusetts Institute of Technology, o compartilhamento de notícias falsas supera as notícias reais, com maior apelo e viralização. A maldade, então, está só em que a produziu? Ou a omissão de quem anda participando disso também conta como contribuição para que a mentira se alastre?

A primeira fake news da história já faz tempo. Foi em um jardim chamado Éden. O autor, pai da mentira, o diabo, usou a cobra, afamada até hoje por sua conduta duvidosa, para convencer Eva de que não faria mal algum desobedecer o Criador, comer o fruto, ao contrário do que havia explicado Deus, a faria como Ele. O que Eva fez? Compartilhou a notícia. Deu a Adão uma parte do fruto proibido e o restante da história nós já conhecemos. O pecado entrou no mundo por uma mentira. Aceitá-la, qualquer que seja o tamanho, em nosso meio, contribui para que mais pessoas sejam enganadas e fiquem distantes da glória de Deus.

Já no Novo Testamento, um outro caso chamou a atenção. Ananias e Safira, logo para quem eles queriam mentir, levaram uma oferta da venda de uma propriedade depois de guardarem uma parcela para eles. “Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.4), Pedro avisou. O casal foi morto. Expirou. “Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Pv 15.3). Com Deus não se brinca, nem se omite, nem mente.

A Bíblia também ensina o cristão a não mentir para as pessoas, tornando o desafio maior: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3.9). E se uma fake news, uma notícia falsa, é uma mentira, por que então o cristão não exita em publicá-la? Por vezes, usa desse conteúdo para justificar passagens bíblicas ou utiliza da teologia do medo para tentar convencer os incrédulos.

Senso crítico. Poderia ser uma disciplina na escola. Não faz mal a ninguém e pode ser usado sem moderação. Então, dá próxima vez que abrir seu celular para checar as novidades, lembre-se de confirmar a veracidade das informações que você lê, curte, comenta e compartilha nas suas redes sociais.