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FAÇA DISCÍPULOS:  NÃO ENTRISTEÇA O ESPÍRITO SANTO

boletim180916Nas nossas relações pessoais, em todos os níveis, quer familiares, quer de trabalho ou social, especialmente se somos denominados cristãos, são esperadas algumas ações e reações que condizam e retratem qual é a profundidade em que essas relações serão mantidas. Se serão superficiais, cordiais e amigáveis ou se profundamente firmes e amáveis, envolvendo paixão, no sentido de dedicação pessoal e entrega submissa.

Quando acontece um desgosto com o comportamento errôneo das pessoas que amamos, geralmente ficamos entristecidos e perdemos a confiança, mantemos a relação num clima mais arredio e superficial. Isso faz lembrar de quantas vezes nós também desapontamos a Deus e entristecemos seu coração com atitudes impensadas e comportamentos alheios à relação que Ele mantém conosco, agindo e reagindo do jeito que não traduz que somos pertencentes ao seu reino.

Paulo orienta uma educação comportamental envolvendo atitudes, conversas, sentimentos e pensamentos que desembocam no testemunho da ação do Espírito Santo na vida da pessoa que agora vive, não mais separada de Cristo, mas reconciliada com Deus e pertencente à sua família (Ef 2.11-19).

O ponto crucial que salta às vistas, é que podemos entristecer o Espírito Santo, que nos selou para a redenção. (Ef 4.30)

O termo do entristecimento, usado pelo apóstolo Paulo aqui, não implica somente naquilo que usualmente entendemos, como olhos murchos e marejados, ou um infantil  “ficar de mal”, deprimido ou emudecido, fechado no quarto, sofrendo decepcionado pelo comportamento do outro, mas implica, principalmente, aflição, irritação e dissabor, como em 1 Pe 2.19.

Ele sai do geral para o particular, para o comportamento que envolve a pessoalidade no relacionamento, como no profeta Isaías (6.5). “Ai de mim…”.

Fomos agora matriculados na escola de Cristo, adicionados e pertencentes à sua família, ensinados e conduzidos em amor para que andemos (forma de vida – Ef 5.9 e 15) como agrada o Espírito.

  • Há uma necessidade de repugnância à mentira (v.25) e ao uso de palavreado torpe e indecente (v.29), gritaria, calúnia e malícia (v.31). Nosso Senhor Jesus espera de nós e nos ordena uma comunicação sincera, um trato honesto para com o próximo, que edifica e consola, que transmita sua graça, pois “somos membros uns dos outros”.
  • Há uma necessidade de erradicação da apropriação indébita, do defraude, do aproveitamento da bondade alheia (v.28). Alguns estudiosos, Calvino, por exemplo, lidam com a ideia de que muitos que poderiam trabalhar, se sustentar e ainda praticar a generosidade, persistem em viver como sempre necessitados. Como se dissesse: “Nenhuma condição, por mais dura ou desagradável que seja, justifica qualquer prejuízo ao próximo, ou ainda, de impedir que que alguém preste socorro.”
  • Há uma necessidade de libertação de sentimentos que comumente enchem nossa alma, como quando somos confrontados, enfrentados, desobedecidos e constrangidos. Ele arduamente nos induz a abstermos ou repelirmos a ira e necessidade de reação imediata e de dar o troco (v.26) como em Rm 12.17 – não pagueis o mal com o mal – não fiquemos amargurados ou com ressentimento do outro (v.31), pois como o escritor de Hebreus em 12.15 nos diz que ela produz perturbação, não deixa dormir, não deixa sorrir, encarcera o amargurado. Ainda devemos afastar a cólera, o furor, o sobressalto… pois nos faz agir impulsivamente, com passionalidade, intempestivamente e impacientemente. Se somos os agressores, achados culpados, requer que sujeitemos humildemente à contrição e à súplica de perdão, ao arrependimento e mudança de atitudes – metanóia.

Se somos agredidos ou ofendidos, recebamos a confissão e perdoemos, restauremos a graça.

Por isso, Paulo finaliza assim: “sejam bondosos e compassivos, perdoem uns aos outros, como Deus, por causa de Cristo, vos perdoou.”

Agindo assim, não entristecemos o Espírito, pelo contrário, alegramos o coração de Deus, amamos a Ele e ao próximo, como nos ordenou nosso Senhor.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp 2.5)

 

Antônio Cota

Licenciado