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ESSENCIAIS

Conversamos com alguns trabalhadores que não pararam na pandemia, pelo contrário, ganharam ainda mais importância no período.

Enquanto alguns puderam recolher-se para suas casas e viver o confinamento orientado pelas autoridades sanitárias e governamentais devido ao Coronavírus (Covid-19), outras pessoas, por conta de seus trabalhos, precisaram seguir sua rotina normalmente, expondo-se ao risco de contaminação pelo vírus. Outros, ainda, tiveram um considerável aumento em suas responsabilidades, atuando na chamada linha de frente ou nos serviços essenciais.

São médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares de limpeza, garis, motoristas, frentistas, caixas, balconistas, entregadores, policiais, bombeiros, porteiros e outras poucas funções, já tão importantes, mas que ganharam ainda mais destaque desde março, quando teve início a quarentena no Brasil.

Eles, muitas vezes, precisaram se afastar de suas famílias para não comprometer a segurança de seus cônjuges, pais ou filhos. Em outros momentos, tiveram que manter distância, mesmo que tão perto e, todos os dias, saíram de casa protegidos por suas máscaras, luvas, álcool gel e, sobretudo, a soberana mão de Deus. Para esses não há palavras que demonstrem tamanha gratidão da sociedade.

Alguns membros da Oitava estão entre esses heróis da modernidade, dos que se arriscaram em prol do bom funcionamento da cidade durante a pandemia, garantindo, muitas vezes, a nossa própria segurança. Entre eles, uma membro especial, que também faz parte do quadro de funcionários da igreja: Adriana Paula, que trabalha no setor de logística, atuando na limpeza do prédio, área de extrema importância neste momento.

Os cuidados foram redobrados, com isso, Adriana conta que sua rotina de trabalho mudou bastante: “Nosso horário foi reduzido, temos que passar álcool em todas as maçanetas, esterilizar o banheiro, manter tudo limpo para não correr riscos”, afirma. Mas não foram apenas suas tarefas cotidianas que mudaram, o clima na igreja também está diferente: “Muito triste, em pleno domingo, quando estamos acostumados com o correcorre, de repente, eu, Maria e Edmar só na igreja. Dava um vazio, uma tristeza tão grande. Cadê o povo que passava aqui o dia inteiro, abraçando e cumprimentando a gente?”, questiona.

Apesar da tristeza em ver uma rotina tão agitada mudar, ela também destaca alguns pontos positivos: “A parte boa é que nossos pastores estavam lá orando por nós, perguntando se estávamos bem, precisando de alguma coisa”, relembra. E o mais importante: poder contribuir em um momento de tanta necessidade: “Ficamos felizes em fazer parte dessa equipe mesmo em meio à pandemia porque, de certa forma, estamos na linha de frente, ficamos felizes em poder ajudar na prevenção dos irmãos”, considera.

Na linha de frente também está Marina Santiago, membro da Oitava e médica. Trabalhando em três hospitais, tem atuado intensamente durante a pandemia do Coronavírus, lidando com casos confirmados e suspeitos da doença. Ela conta que sua rotina tem sido puxada: “A entrada em todos os setores só é possível com uso de máscara. A lavagem de mãos se tornou ainda mais constante. E como atuo no Pronto Atendimento e em Unidade de Terapia Intensiva, o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) se faz imprescindível a todo momento. Não sabemos quem é portador do vírus, então todo cuidado é pouco”, afirma.

Para ela, este período é um desafio, mas também uma grande oportunidade: “Estar na linha de frente nesse período de pandemia é desafiador. É colocar seu amor ao próximo, sua fé, sua compaixão em prática”, explica. Segundo Marina, a fé é uma importante aliada neste trabalho, diante de medos e incertezas: “Um dos sentimentos mais presentes durante esse tempo é o medo. Mas, temos a certeza de que temos uma missão: cuidar do próximo como de nós mesmos. Para um médico cristão, isso faz todo sentido, afinal, foi isso que Jesus nos ensinou”, revela.

Todo esforço é recompensado ao final de um plantão, quando ela tem a certeza de que deu o seu melhor para cuidar de vidas e abençoar as pessoas que atendeu: “Sinto que meu dever foi cumprido. Pude levar um pouco de Cristo ao meu próximo, pude viver um pouco do cuidado dele sobre minha vida enquanto trabalho em prol dos outros”, reconhece.

De outro setor, mas também imprescindível nesta pandemia, o dia a dia do Tenente Coronel Edson Gonçalves, da Polícia Militar de Minas Gerais, também mudou. Já acostumado com o uso da farda, ele tem, agora, um novo item obrigatório para o trabalho: a máscara. O Tenente tem trabalhado internamente e em home office e uma de suas atividades, ligada aos músicos da PM, foi substituída pelo trabalho nas ruas “reforçando o policiamento e as ações preventivas”, ele explica.

Mesmo assim, ele pôde viver de perto uma experiência única, importante mas também muito comovente: “Fomos com os músicos da banda fazer homenagem aos enfermeiros de um hospital aqui em BH. Um músico nosso tocou na área de isolamento dos pacientes em tratamento da Covid-19. Ele só pôde tocar da escada, bem distante. Foi um momento de tristeza e consternação”, avalia.

Além disso, Tenente Edson destaca que a PM, além de dar seguimento ao seu trabalho habitual, deu uma importante contribuição para a cidade: “O trabalho da Polícia Militar de Minas Gerais tem sido incansável neste tempo. Até na preparação e montagem do Hospital de Campanha a Instituição trabalhou ao lado dos Bombeiros. Não paramos, muito pelo contrário. Os efetivos das ruas foram reforçados, a fim de que se possa auxiliar a qualquer um que precisar”, conclui.

O cansaço, o medo, a insegurança de cada um desses profissionais, porém, são vencidos com a gratidão por poder contribuir e a paz de Deus, que reina em seus corações, e que excede todo entendimento, que está acima de toda crise, como reflete Marina Santiago: “Vemos muitas coisas difíceis todos os dias. Percebemos que não há tempo para brigas, para desperdiçar. Mas essa pandemia também me trouxe a certeza de que Deus cuida dos seus todos os dias. Não há nada na nossa história que antes não passou pelo trono da Graça e foi aprovado por Deus. Ele continua sendo suficiente para nos guardar e nos dar força. Por isso, é possível ter paz no meio do caos”.

Todas as palmas e homenagens ainda não são suficientes a esses trabalhadores. A todos os que dedicam suas vidas para nos cuidar, proteger, alimentar ou ajudar nesta pandemia, nosso muito obrigado! Talvez você não tenha feito um juramento da profissão, mas serviu com excelência, com doação, dedicação, coragem e fé, como ensinou o Senhor. Marcou e mudou vidas, fez a diferença e cumpriu o seu Ide. Obrigado!

Você também atuou na pandemia? Tem uma história para contar? Envie para comunicacao@oitavaigreja.org.br e conte-nos!