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ENQUANTO ESPERAMOS A VACINA

Imunização contra a Covid-19 é esperada para os próximos meses, mas ainda sem garantia de data certa.

Ainda não chegou o grande dia em que será anunciada, finalmente, a descoberta e aprovação de uma vacina eficaz, capaz de imunizar a população contra o coronavírus (Covid-19). Mas nas últimas semanas, a ansiedade pela notícia cresceu por conta da especulação sobre a intensa corrida dos pesquisadores para encontrar uma solução que dê fim a este problema.

O interesse na descoberta da vacina é mundial, uma vez que ela é a única maneira de controlar o vírus. De acordo com a médica Marcela Oliveira Miranda, pediatra e em formação na área de alergia e imunologia, e membro da Oitava Igreja, “a vacina é a melhor forma de prevenção de uma doença infectocontagiosa, então temos que torcer para essa descoberta logo”. A urgência atinge o setor da saúde e da economia.

O Brasil firmou duas parcerias para a testagem de possíveis vacinas: a Fiocruz, por meio da Bio, Manguinhos com Oxford, e o Instituto Butantan com uma empresa chinesa. Ambas estão na fase três, de estudo clínico. Mas segundo a médica, apesar do grande investimento, não há garantias de que a vacina seja anunciada ainda em 2020 para a população em geral: “Cinco meses para fazer essa fase clínica, que já não é muito para poder avaliar os efeitos adversos, ver essas respostas na vacinação em massa… [Acredito] ser mais promissor para 2021”, avalia.

Ainda segundo ela, após a comprovação da eficácia da vacina, serão estabelecidos critérios pelo governo para dar início a uma campanha nacional de imunização, uma vez que é de interesse da saúde pública, tendo em vista campanhas de vacinação anteriores. Provavelmente, os primeiros da lista serão os do grupo de risco, como idosos ou pessoas com comorbidades, e os profissionais de saúde, que estão na linha de frente da batalha contra o coronavírus e têm sido muito infectados. A partir daí, outras parcelas da população devem receber a imunização.

Apesar disso, Dra. Marcela ressalta que o início da vacinação não assegura totalmente que as coisas poderão retornar à normalidade imediatamente: “Uma vez que você começa a vacinar a população, tem os eventos adversos que vão sendo notificados, não se sabe se vai barrar a vacina; qual é a quantidade que vai conseguir produzir para chegar à população como um todo, são bilhões de vacinas a serem produzidas; não se sabe se vai ser uma ou duas doses”, explica.

Por isso é importante reforçar o cuidado ainda durante a quarentena e após o início da vacinação. Com a flexibilização de vários setores da economia, muitos abandonaram os cuidados que estavam sendo tomados no início da quarentena. Mas para se proteger do vírus, Marcela alerta que é necessário dar continuidade aos protocolos de segurança: “A única prevenção que temos [no momento] é distanciamento, higienização, cada um levar os seus pertences… Não tem como a população abrir mão desses cuidados, porque cada vez mais estudos são publicados e menos medicação tem efeito frente à Covid”, afirma.

Outro ponto destacado pela médica foi a adesão quando a vacina estiver disponível. É preciso vencer o movimento antivacinas para que o número de imunizados seja alto, garantindo a segurança da população: “Foi feito um estudo com uma empresa, e, entre os brasileiros, 85% responderam que querem sim ser vacinados. Eu espero que essa mentalidade, de que todos querem vacinar, seja mantida, porque assim vai ser um grande avanço”, opina.

QUARENTENA NÃO DEVE SER EMPECILHO PARA OUTRAS IMUNIZAÇÕES

Um alerta da Dra. Marcela é também sobre as demais vacinas do Programa Nacional de Imunização. Segundo a médica, desde o início da quarentena tem se registrado uma menor procura pelas vacinas contra outras doenças.

Existe o medo de ir ao centro de saúde, por conta da Covid, mas a necessidade de se proteger de outras doenças é ainda maior: “Outras vacinas que estão disponíveis são tão importantes quanto [a prevenção do coronavírus]. Está tendo a de sarampo agora, mas as pessoas estão ignorando. Com isso, não vai ter só Covid, vão voltar outras pandemias. Então fica o alerta para a vacinação como um todo, [para a população] usufruir de um sistema público que a gente já tem disponível”.

Enquanto esperamos a vacina contra o coronavírus, há muitas outras que talvez ainda não estejam em seu cartão de vacinação. Por isso, procure o posto de saúde mais próximo de sua casa e complete sua imunização. Além disso, continue se prevenindo contra a Covid-19, com distanciamento social, uso de máscara, álcool em gel e maior higienização. Acima de tudo, siga em constante oração para que a vacina seja descoberta e aprovada o mais rápido possível.