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DOUTOR ESTRANHO: VER OU NÃO VER, EIS A QUESTÃO

O filme Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, o mais recente lançamento da Marvel Studios, deu o que falar. Desde que estreou nos cinemas do Brasil – na primeira semana de maio -, a megaprodução e seus possíveis desdobramentos tornaram-se um dos principais assuntos entre jovens e adolescentes. Inevitavelmente, esse passou a ser o pano de fundo das resenhas nos “rolês” pós-culto, deixando de fora da conversa e com “cara de paisagem” quem não é muito chegado nesse negócio de super-heróis. 

Seja você um consumidor voraz de tudo o que a Marvel faz (até rimou) ou não, reconheça: o filme tá na boca do povo. E aí eu te pergunto, caro cristão: vale a pena assistir a Doutor Estranho no Multiverso da Loucura? Entre tantos efeitos especiais e truques de gravação, é possível tirar alguma lição para a vida prática? Para responder às questões, conversamos com três pessoas que assistiram ao filme no cinema (e não recorreram à pirataria do submundo da Internet). Ah, todos crentes, diga-se de passagem. 

Antes, um aviso importantíssimo: CONTÉM SPOILER!

Como cristãos, acredito que sempre ficamos um pouco desconfortáveis quando filmes têm a temática que usa de magias, feitiços e demônios. Mas, talvez o interessante, do ponto de vista da ética cristã, seja o ajuste moral. O que quero dizer com isso? É colocar o bem no lugar do bem, e o mal no lugar do mal. Wanda é constantemente alertada por usar o Darkhold – livro mágico que contém feitiços e maldições terríveis, conhecido também como ‘Livro dos Pecados’ (hm…) – e sofre seus efeitos. A meu ver, o filme coloca as atitudes dela como algo errado e condenável. Infelizmente, o herói do filme não é um modelo a ser seguido. O Doutor [Estranho] é tentado pelo poder do livro e, em um momento, cede à tentação, sofrendo também os resultados dessa escolha. Talvez a melhor representação do bem no filme seja o Wong, o atual Mago Supremo do universo. Ele luta pelos seus e contra o mal, os protege e se sacrifica pelo bem de seus companheiros, o que é sempre uma boa lição: o sacrifício pelo próximo. Nenhum herói da Marvel é livre de seus pecados e de sua culpa, afinal, eles também precisam de Cristo. Eu recomendo esse filme para fãs da Marvel, pois, como todo filme, é uma obra que faz parte do ‘todo’. E não podemos negar sua importância e influência na cultura pop atual. Vale assistir e discutir.

– Marianna Bortolini, jornalista, 25 anos.

Eu gostei do filme! A Marvel começou a seguir uma linha em que o sobrenatural é bastante explorado. Com isso, o filme apresenta cenas regadas à magia, feitiçaria e figuras pra lá de demoníacas. Nesse sentido, nosso olhar como cristão deve ser de compreender que a ficção usa artifícios para trazer normalidade para questões que não condizem com o que acreditamos. Discernimento é a palavra! O filme traz ação, aventura, desenvolvimento de personagens, efeitos especiais irados e tudo mais. Ele é empolgante, mas o nosso dever como cristãos é estar firmes com a Palavra de Deus e, firmados nela, viver tomando decisões corretas. Nesse sentido, eu recomendaria o filme, olhando-o como entretenimento, mas sem esquecer que o que governa nossas vidas é Deus e que a nossa regra de fé e prática é a Bíblia e nenhum outro meio… nem filmes, livros, programas ou canais do YouTube.

– Diego Braga, publicitário, 27 anos.

Para quem acompanha o desenvolvimento do universo cinematográfico da Marvel, o filme é um prato cheio. É sempre interessante quando esses filmes se dispõem a explorar de forma mais focada e particular as características de cada personagem. Trazendo um ‘spoiler’ sobre o filme, a vilã só se tornou vilã por causa das feridas que a vida impôs a ela; teve perdas sucessivas: perdeu irmão, o grande amor e os filhos. Tentando recuperar isso a qualquer custo, se torna uma pessoa amarga e cruel. Fica uma lição para nós: quando não temos feridas tratadas, ferimos, magoamos e nos tornamos amargos. Uma alma amarga nos faz perder a racionalidade; para nós cristãos, como disse o Pr. Jeremias [Pereira], tira a alegria da providência divina. É uma questão complexa [recomendar o filme]. O filme traz questões ligadas ao ocultismo, invocação de demônios, feitiçarias etc. Para aquele cristão mais maduro, eu recomendaria sim. É uma obra de ficção que, apesar de trazer todas essas questões, não incentiva ninguém a ser feiticeiro. Mas creio que vai de acordo com a maturidade de cada um, pois o filme, como entretenimento, é muito bom, mas fica a questão. Hoje, quase tudo tem algum ponto que vai contra a Palavra de Deus: propagandas, séries, filmes. E aí, vamos parar de assistir a tudo?

– Matheus Felipe Rocha, seminarista, 36 anos.