DISPOSIÇÃO
“Pela muita preguiça, o teto desaba; por causa da frouxidão das mãos, a casa tem goteiras.” (Ec 10.18)
A preguiça, eleita como pecado capital, refere-se diretamente à aversão ao trabalho, ao ócio e à vadiagem, também como um estado de prostração e moleza.
O indivíduo que assim vive, adia tudo porque sempre haverá tempo, reclama demais porque tudo é cansativo. Sempre está precisando descansar, afinal, sentese como se já tivesse feito mais do que o bastante, vive com a sensação de que estão exigindo demais dele. Essa condição nos desvaloriza, nos impede de florescer e desenvolver potenciais e capacidades. Tornamo-nos um peso para os outros e até inúteis para Deus. Por preguiça, não lemos, não oramos, não saímos de casa para servir, não cultivamos amigos, não vivemos a plenitude para a qual fomos criados.
A marca registrada da preguiça (pecado) é o descuido com os bens, com a saúde, com o dinheiro ou a administração da renda familiar, com a vida cristã e suas exigências ou com o intelecto. Além disso, a preguiça está ligada à lentidão ou moleza e, muitas vezes, à negligência na realização de atividades que são comuns do dia a dia e sempre acabam gerando desperdício e causando prejuízos pessoais e coletivos.
Alguns se deixam levar pelas desculpas, não se dispõem ao serviço e não realizam as tarefas que lhes cabem ou que lhes são atribuídas. Você já se surpreendeu usando algumas vezes destes argumentos? ”Estou velho demais para isso, já ajudei demais, já fiz a minha parte, agora é a vez dos mais novos, deixa para eles, estão com a energia toda” ou “só faço coisas da minha área”; como também “Isto não é para mim, não posso desperdiçar meu tempo com estas coisas”, etc.?
Paulo orienta aos Filipenses acerca da fonte da vitalidade e da disponibilidade: “porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.” (Fp 2.13).
- A disposição, vinda do Eterno, gera o desejo de servir.
Na reconstrução dos muros de Jerusalém, nos tempos de Neemias, o velho Salum e suas filhas se dedicaram ao serviço. Não obstante, sendo moças e o serviço era para homens, elas entenderam a necessidade e a urgência do trabalho e se dispuseram a ajudar, sentiram que aquela frente de trabalho também lhes dizia respeito.
- A disposição, proveniente de Deus, nos leva a cumprir nossos compromissos de forma prática e eficaz.
Quem não se lembra dos gaditas, “os cara de leão”? (1Cr 12.8). O rio Jordão transbordando, mas uma necessidade do rei Davi os leva a pular na enchente, atravessar o rio a nado e entrar para a batalha do rei. Certamente, um esforço mais do que era esperado, resolveram em seu coração que aquela luta era também a luta deles. Filipe é levado pelo Espírito a uma estrada deserta na saída de Jerusalém, ele corre junto a uma carruagem, disposto a pregar o Evangelho.
- A disposição, corroborada por Deus, nos leva a grandes realizações.
De Tecoa, Deus convoca um declarado trabalhador rural (Amós, que cuidava de gado e colhia figos) e o comissiona a realizar seu ministério profético no meio de uma nação rebelde e de duro coração. Também a palavra de ordem dada a Josué, foi “dispõe-te”, a despeito de todas as coisas, era necessário uma decisão interna.
Por que não aproveitarmos este tempo em que falamos deste assunto, para resolvermos sair do marasmo e da mesmice, nos dispormos a fazer algo que mostra nossa disponibilidade e desejo de servir, surpreendendo alguém com um ato de bondade e uma ajuda até mesmo inesperada?
Procure e participe de um GCOI, dos serviços sociais da igreja, exerça seus dons e talentos que Deus lhe confiou, de forma total, imediata e feliz.
Pr. Antônio Cota
Pastor Auxiliar