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A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI, quando o monge católico Martinho Lutero se levantou contra a corrupção, a heresia e os desmandos existentes no catolicismo romano de então, por meio da publicação de suas 95 teses. Os princípios fundamentais da Reforma são conhecidos como as Cinco Solas. Todas elas têm aplicação plena ainda nos dias de hoje, seja examinando o catolicismo romano ou a igreja evangélica brasileira. 

SOLA SCRIPTURA: Somente as Escrituras. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Só ela é a regra inerrante da vida da igreja. É dela, e não da tradição, costumes, denominações, princípios psicológicos que emana a direção para a igreja. Quando a Bíblia é abandonada na pregação e prática, a igreja se torna mundana, vazia de integridade, de autoridade moral e de discernimento. A obra do Espírito Santo não deve ser desvinculada da Palavra. O Espírito não fala em contradição à Bíblia. A Palavra, e não a experiência, é a base para a verdade – da teologia e da doutrina da igreja. Como uma igreja bíblica que somos, entendemos que a Verdade deve ser interpretada de um ponto de vista gramático-histórico, extraindo-se princípios eternos com aplicações práticas para o dia a dia. A secularização, a perda dos valores absolutos, o consumismo, o individualismo permissivo, a substituição do arrependimento pela religiosidade, da fé pelo sentimentalismo e da santidade pela gratificação imediata exigem um retorno da igreja evangélica brasileira à Palavra de Deus. 

SOLO CHRISTUS: Somente Cristo. Ele é o único caminho para a Salvação. A nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai. Se a Cruz de Cristo não é pregada, então o Evangelho não está sendo pregado. Se a ressurreição de Cristo não é pregada, então não está se pregado o Evangelho. À medida que Cristo e sua Cruz se deslocam do centro da visão da igreja, ela deixa de ser evangélica e se torna uma seita herética.  

SOLA GRATIA: Somente a Graça. A conversão é uma obra sobrenatural do Espírito Santo. Todo ser humano nasce espiritualmente morto e nem mesmo é capaz de cooperar com a graça regeneradora. É a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos leva a Cristo e nos faz novas criaturas. É a graça de Deus que nos ergue da morte espiritual para a vida espiritual em Cristo. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pelo homem; é um dom de Deus. A Salvação nada tem a ver com doação de dízimos, prosperidade, obras de caridade ou qualquer outro mérito humano. O homem tem a natureza depravada e decaída. Essa natureza precisa ser regenerada, e isso é uma obra da Graça de Deus em Cristo. 

SOLA FIDE: Somente a fé. A Salvação é somente pela fé em Cristo. A justificação é somente pela graça, por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. O Evangelho é que Cristo morreu pelos pecadores e o caminho para a Salvação é unicamente pela fé na OBRA DE CRISTO. Ele nos substituiu na cruz. Deus lhe imputou nosso pecado e nos imputou a justiça de Cristo. Ele carregou a nossa culpa e condenação. Ele recebeu a ira de Deus em nosso lugar. Agora, pela graça, somos perdoados, aceitos e adotados na família de Deus, como Filhos do Eterno por causa de Cristo. Não somos nós que alcançamos a Deus; é Ele quem nos alcança por intermédio de Cristo – e apenas por intermédio de Cristo, sem nenhum outro intermediário ou intermediária. E recebemos essa bênção unicamente por meio da fé n’Ele.  

SOLI DEO GLORIA: Somente a glória de Deus. A centralidade de Cristo em nossas vidas e em tudo que fazemos. Devemos procurar viver para a glória de Deus. Todos podem e devem se beneficiar com os cultos públicos, mas a motivação central deve ser que Cristo tenha a glória na Igreja. A perda da centralidade de Deus na vida da Igreja de hoje é comum e lamentável. Muitos cultos se tornam entretenimento e os fins justificam os meios. Troca-se a honra de Cristo pelo tanto de dinheiro que entra nas tesourarias de muitas igrejas. Cristo e sua Palavra vão perdendo a primazia no coração de uma geração de “crentes”. Deus é soberano no culto e em nossas vidas, não nós. Nossa preocupação precisa estar no Reino de Deus, não em nosso próprio “sucesso”, popularidade ou êxito. 

– Pr. Jeremias Pereira – Pastor Titular