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Estudos e artigos

DEUS QUER USAR A SUA VIDA

O título deste artigo pode soar como uma ordem arrogante, ou como uma realidade que trabalha somente subjetividade. Ainda que, no meio religioso, possa ser usado como um bom conselho, muitos acham que estão distantes dessa espiritualidade. E ainda que soe como uma permissão que dependa do homem, precisamos enxergá-la de um modo bíblico, como uma grande oportunidade. 

A história de Deus e o Deus que escreveu a história somente se encontra na palavra revelada, as Escrituras Sagradas, onde Ele é tanto o autor como protagonista. Partindo desse princípio, as conjecturas humanas e as afirmações falaciosas sobre a frase “Deus quer usar sua vida” já não contrapõem a verdade que a frase carrega. Na Bíblia Sagrada, apesar de suficiente em si mesmo, onipresente, onisciente e onipotente, o Deus Criador – que não depende de nada fora d’Ele – resolve relacionar-se com a coroa de Sua criação, o homem.  

Desde o princípio da Criação, quer o homem aceite ou não, Deus sempre usou o homem para o louvor da glória d’Ele e para o próprio bem-estar do homem. No decurso da história, tanto Adão e Eva – antes da Queda como pós-Queda – e toda a sua descendência, ou seja, toda a humanidade, são usados na providência divina. Deus usa a Sua boa vontade para que o homem cumpra os mandatos que lhe foram ordenados: o mandato espiritual – o homem com Deus; o mandato social – o homem com o seu semelhante; e o mandato cultural – o homem com o meio ambiente.   

Mesmo que esses mandatos tenham sido afetados pelo pecado e seus propósitos desfigurados pelo homem, prevalece a vontade de Deus, e eles precisam ser obedecidos.  

Ao longo da existência humana, Deus usou homens e mulheres de diversas etnias e culturas – cultos e incultos, tementes a Ele e totalmente ímpios, reis e súditos, pastores e doutores. Porém, diante de Deus estava sempre a imperfeição humana por causa do pecado. Todavia, o ápice da revelação de Deus está claramente expressa em Hebreus 1.1-4: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles”.  

Deus manifesta Sua presença e poder no meio dos homens mediante Seu Filho, Jesus Cristo, habitando entre os homens e revelando a glória de Deus no unigênito do Pai. A morte e a ressurreição de Cristo selam a redenção de todo aquele que n’Ele crê. Em Cristo, o homem tem os seus mandatos redimidos, sua vida redimida, transformada, e passa a viver a vida eterna, a vida de Deus. A essa comunidade, lavada, redimida, santa e justificada pela fé em Cristo, não é somenos que a Igreja do Senhor, onde “…as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mateus 16.18) 

Deus sempre usará o homem para cumprir os propósitos de Sua providência. É por causa da providência divina que os poderes deste mundo não implantaram o caos; é na providência que o Senhor mantém a ordem. Contudo, existe uma missão em particular que Deus deu somente à Igreja, o privilégio dos crentes serem coparticipantes da Missão de Cristo, a pregação das boas-novas do Senhor, o Evangelho da Salvação. Não é por causa dela que fomos salvos; então pregamos, mas pregamos porque somos salvos. Sabe-se disso que, a autoridade para pregar o Evangelho puro e simples é dada à Igreja pelo próprio Espírito de Deus, derramado sobre a igreja desde pentecoste (Atos 2). 

Quando Deus está na vida do crente, não existem empecilhos para proclamar o Evangelho. O medo é lançado fora, o pecado já não domina, o poder do Evangelho é infinitamente maior que nossas limitações. O crente deve atrair as pessoas para Cristo. É preciso buscar, dia após dia, a presença de Deus e intimidade com o Espírito Santo para poder falar d’Ele com autoridade e poder. Lembrem-se que o Senhor tem compromisso com Sua palavra revelada; então, se disponham diante d’Ele, pois a Ele pertence tanto o querer como o realizar. Nossa vida, testemunho, adoração e palavra proferida precisam glorificar Aquele que nos chamou.  

O Senhor nos alcançou e tem cuidado de nós como Seu povo escolhido, mas ainda tem muitos outros para alcançar e cuidar. Ele quer usar a sua vida; para isso, apenas declare de todo o coração: “eis-me aqui, envia-me a mim”. 

 

– Pr. Milton Fernandes – Pastor Auxiliar