Depressão espiritual
A depressão parece ser uma condição bastante comum entre os cristãos. Não me refiro à depressão clínica, que pode necessitar de tratamento psiquiátrico e psicológico especializado, mas à depressão espiritual, com a qual deveríamos ser capazes de lidar por nós mesmos.
O autor dos Salmos 42 e 43 (que evidentemente formam um único Salmo), é transparente acerca de sua depressão. Para começar ele está com sede de Deus (tão sedento quanto a corça pelas águas), porque está separado dEle, passando por algum deserto ou por algum tipo de exílio forçado. Ele recorda das grandes celebrações do passado quando “costuma ir com a multidão, à casa de Deus, com cantos de alegria e de ação de graças entre a multidão que festejava” (Salmo 42.4b). Ele tem saudades de celebrar junto com a comunidade do Poderoso Deus. E, anseia por retornar (ao altar de Deus, a Deus, a fonte da minha plena alegria (Salmo 43.4).
Sua tristeza, sua depressão se deve, no entanto, não somente à ausência de Deus, mas também à presença dos inimigos. Eles os provocam perguntando: “Onde está o teu Deus?” (Salmo 42.3,5). Eles fizeram esta pergunta em parte porque eram idólatras – seus deuses poderiam ser vistos e tocados, enquanto o “Deus vivo” (42.2) é invisível, intangível – e em parte porque Deus aparentemente não era capaz de defender seu povo.
Cada estrofe termina com o mesmo refrão, falando consigo mesmo: “Por que você está assim tão triste ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” (Salmo 42.5, 11; 43.5).
As pessoas constumam dizer que falar sozinho é o primeiro sinal de loucura. Ao contrário, trata-se de um sinal de maturidade – embora dependa daquilo que estamos conversando conosco mesmos!
No texto o salmista se recusa a resignar-se à sua condição ou ao seu estado de espírito. Ele toma as rédeas de sua vida. Primeiramente, ele se questiona: “Por que você está assim tão triste tão abatida, ó minha alma?”. Sua pergunta inclui uma repreensão implícita. Em seguida ele exorta a si mesmo: “Pois ainda o louvarei; ele que é o meu Salvador e o meu Deus”.
O uso duplo do pronome possessivo “meu Salvador e meu Deus”, é muito significativo. O salmista está reafirmando sua relação de aliança com Deus, e nenhuma variação de humor pode destruir isso.
Nossa oração e alvo como igreja é para que toda a sua família possa ter essa aliança e essa relação com o Deus Vivo e Verdadeiro. Queremos ver e nos alegrar com cada membro da sua família declarando de todo o coração ao Senhor Jesus “MEU Salvador e MEU Deus”. Amém.
Pr. Jeremias Pereira | prjeremias@oitavaigreja.com.br