CONFIE NO SUSTENTO DO ETERNO
(Lv 25.18-22)
A ansiedade da vida passa pelas questões de subsistência. O que comeremos, onde viveremos, o que vestiremos? As palavras de Jesus no Sermão do Monte vêm a nós e o que nos parece é que descartamos a resposta, ficando apenas com as perguntas.
Somos ansiosos, inseguros. Fato. Não ser ansioso passa, então, a um exercício diário.
Buscamos por uma segurança que aponta o desejo de abrigo, ou melhor, uma certeza latente que tínhamos guarida um dia e hoje não temos mais.
Perdemos o teto, o chão, o sustento. Antes a terra, que em tudo dava, hoje dá cardos e abrolhos. O trabalho que antes era prazer torna-se, então, pesado, suado, custoso. O sustento vindo de nós mesmos é pelo suor do nosso rosto. O sustento vindo de Deus vem como o orvalho do Hermon. Que disparidade na comparação. Um é labor, o outro, graça.
Como filhos, precisamos mudar nossa ótica em relação ao Pai, que é galardoador e tem prazer no sustento dos seus filhos. Precisamos vencer a orfandade da alma e reconhecer a paternidade de Deus, assumir nossa filiação e vivermos não mais como pródigos, mas como filhos que ouvem e o agradam em amor.
Deus, diariamente, nos surpreende. O maná continua sendo verdade. O orvalho continua a regar nossa terra. Prova disso, nas Escrituras e no dia a dia, está quando vemos o ano do Jubileu no livro de Levítico e nos nossos pequenos jubileus semanais.
O sustento vem muito além do que podemos fazer. E se perguntarmos: “Que comeremos no ano sétimo? Eis que não havemos de semear nem fazer a nossa colheita; então eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, para que dê fruto por três anos” – temos mais de Deus! Adentrar nessa esfera de confiança é o tal exercício diário, vitória contra a ansiedade. Porém o exercício tem sua demanda, sua prática, sua observância.
“Observai os meus estatutos, guardai os meus juízos e cumpri-os; assim habitareis seguros na terra”. Levítico nos traz a lei da segurança, do amor, da observância. Tudo o que queremos e buscamos está no caminho a Deus, em Cristo, seu Filho.
A lei foi cumprida em Cristo. Restou a entrega da vida, a fé, a confiança de que nada nos faltará. A contrapartida de seguir a Cristo é responsabilidade nossa. A obediência não é mais um fardo pesado nem uma troca incerta. Seguir a Cristo torna-se uma caminhada fértil em uma terra que mana leite e mel, eternamente.
Pr. Bruno Barroso ∙ Pastor Auxiliar