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Bullying não!

Uma verdade sobre o bullying é que ele nunca acaba. A zoeira não tem limites. É fator social. O termo bullying é novo, americanizado, o fato não. “To bully” significa “tiranizar, oprimir, ameaçar ou amedrontar”. O tal “anglicismo” definiu melhor o processo de um fato que acontece com frequência no meio de adolescentes e crianças. É mais que zoeira.

Bullying pode ser um processo que leva um menino ou menina ao terror completo. Para nós, que pensamos teologicamente, é fruto do pecado que traz grandes consequências e desajustes psicológicos. Este tipo de zoação é violência, que sai de meras palavras e tornase história de verdadeiro terror. “Gorducho”, “baleia”, “magrelo”, “branco azedo”, “perna de saracura”. Quem nunca presenciou ou sofreu com tais palavras? Tem gente que supera e leva numa boa. Para outros, que carregam por detrás das questões físicas, acontecimentos de dor profunda em sua vida, estas palavras machucam demais. Geralmente, a zoação, o bullying, a zombaria vem de pessoas ou grupos que, com o objetivo de amedrontar, fazer rir ou perseguir por motivos esdrúxulos, fazem da vida de outros um verdadeiro inferno.

O bullying é escalar. É o suposto maior e líder do bando que promove contra o mais fraco. A Bíblia cita algo muito interessante sobre o zombador e seu caráter: “Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; procede com indignação e arrogância” (Pv 21.24).

É um filme marcado e bem tradicional nos campos de vivência. Escola, turma de futebol, amigos de rua e até mesmo nas redes sociais (talvez por isso tantos não vivem suas realidades no campo virtual). O medo de sofrer agressão retrai, muda a conduta e faz crianças e adolescentes começarem a ter reações das mais diversas. Se esconder, evitar ambientes e pessoas, apresentar quadros depressivos e até mesmo podendo levar ao suicídio.

Não estamos tratando aqui de frescura ou “mimimi”. Muitos dizem que, quem sofre demais com bullying, é frágil. Não podemos negligenciar a gravidade dos fatos que estão em torno das práticas do bullying. São histórias de medo, atos de violência com consequências trágicas. Agressão muito além do verbal. “Gangues” contra meninos e meninas que exaltam o zombeteiro e humilham o alvo da piada. Frágil ou indefeso, o alvo sofre na alma ou na carne.

Agressões de diversos tipos, como tapas, pés no caminho, tachinhas na carteira e mais onde a criatividade fluir em sua maldade. Não é brincadeira! A escola pode ser uma selva! Temos que combater esses tipos de ação. Em uma sociedade doente o que mais cresce são ofensas sob a desculpa de brincadeiras nas quais diferenças estéticas e sociais são tratadas por meio da zombaria e agressão. Como um promovedor de bullying (em recuperação) e um sofredor recuperado, creio que posso sugerir uma saída.

Primeiro: devemos saber o que está passando dos limites e o que é apenas uma brincadeira que pode ser contornada por meio da inteligência. Pode parecer estranho e nada ortodoxo o que escrevo aqui, mas quero trazer-lhe à realidade. O bullying é fator social e tende a piorar. Precisamos diagnosticar o que está sendo de fato exagerado, pois, se tratarmos tudo como bullying, poderemos ter uma reação adversa, fazendo com que um “politicamente correto” tome as relações interpessoais e faça com que nossos jovens se fragilizem ao longo da vida.

Segundo: devemos fortalecer nossas crianças e adolescentes. Como citado acima, devemos fortificar o caráter e a personalidade para não termos meninos e meninas frágeis. Só assim suportarão ao zombeteiro e terão a força necessária para que, se for o fato, denunciar o agressor.

Terceiro: é necessário reagir. Ficar apenas acuado não irá resolver. Como consequência do fortalecimento da criança, faremos com que ela reaja na medida certa contra a agressão. Palavras podem ser combatidas com inteligência e retornar ao zombador com uma pergunta que o enquadre pode acabar de vez com a brincadeira. Saber reagir a uma agressão física também é necessário. Reagir e correr para uma ajuda superior é extremamente necessário para quem tem sua vida ameaçada.

Por fim, não estamos tratando de meros “caras de mamão”. Estamos lidando com proteção à vida e à infância.

Pr. Bruno Barroso · Pastor Auxiliar