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Estudos e artigos

AVANCE E VENÇA NA EDIFICAÇÃO MÚTUA

Em 445 a.C, no ano vigésimo do rei Artaxerxes da Pérsia, Neemias havia recebido autorização real para reconstruir os muros e a cidade de Jerusalém. Em Neemias 2.17-18, ele faz um apelo intenso, regado com grande pranto e tristeza: “Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio. E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.”.

A Igreja do Antigo Testamento, que tinha como centro de adoração a Yahweh, representados por Jerusalém e o Templo, após a destruição e os 70 anos de cativeiro babilônico, foi edificada novamente pela providência divina. Homens como Neemias, Esdras e Zorobabel foram usados por Deus e se empenharam incansavelmente na reedificação.

Na Igreja do Novo Testamento, os escritores bíblicos comungam da mesma ideia de que, para edificar alguém ou alguma coisa, é necessário observar requisitos fundamentais para alcançar o propósito. No caso da Igreja de Cristo, que o tem como o “Cabeça”, é preciso:

1) Estar atento no despertamento divino.

Sendo Cristo o Salvador e Senhor da Igreja em todas as épocas, é Ele que sustenta, provê meios e pessoas redimidas para estabelecer Sua vontade. A Igreja precisa buscar sensibilidade espiritual para cumprir os propósitos estabelecidos por Deus. O despertamento divino ou avivamento sempre coloca a Igreja nos trilhos. Quando ela insiste em seguir os seus próprios caminhos, seguir sua própria vontade, Deus a disciplinará para corrigi-la. Uma genuína edificação sempre começa pelo Senhor;

2) Saber que quem capacita a pessoa para edificar e reedificar a Igreja é o Senhor.

É pelo Espírito de Cristo que a Igreja é habilitada para cumprir a missão da proclamação do Evangelho por meio dos dons espirituais. Eles edificam mutuamente a Igreja, falam por Cristo, evidenciam o senhorio d’Ele e são interligados em unidade tanto na diversidade, serviço, como nas realizações. Contudo, procedem de um só Deus, um só Senhor, um só Espírito; isto é, Pai, Filho e Espírito Santo;

3) Saber que a edificação mútua por meio dos dons espirituais visa atender às necessidades da igreja e de seu crescimento.

Independentemente do tamanho da igreja local, as necessidades de uma igreja para outra se diferenciam somente no endereço e na proporção. As demandas que surgem dentro da Igreja de Cristo ajudam e promovem o seu próprio crescimento. A liderança precisa perceber quais são os pontos fortes da igreja, potencializando-os ainda mais. Quanto aos pontos fracos, ser criteriosos, buscando em Deus como trabalhá-los, fortalecendo as carências. Na realidade, quando pessoas entram para o rol de membros de uma igreja, surgem também as necessidades que podem sobrepujar a estrutura física. Formar uma liderança discipuladora comprometida com o Senhor é essencial para corrigir os erros que surgirão ao longo da caminhada da Igreja de Cristo.

Por fim, aquele que foi chamado por Cristo para compor a comunidade dos Santos entende e cumpre o seu chamado. Em 1 Tessalonicenses 5, Paulo exorta a Igreja de Cristo para consolar e edificar mutuamente, por causa de um crucial motivo: a Igreja seria fortalecida na esperança da volta de Cristo. Todos em Cristo temos uma função no Corpo; não existem membros do Corpo de Cristo obsoletos. Se estamos vivendo dessa forma, precisamos pedir perdão a Deus pela nossa negligência e seguir em frente edificando uns aos outros e caminhando firmes para o Dia glorioso do Senhor.

– Pr. Milton Fernandes – Pastor Auxiliar