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Estudos e artigos

AS CINCO FASES DA ELABORAÇÃO DO LUTO

“É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se! Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” (Eclesiastes 4.9-10,12 – NVI) 

As notícias de morte nas nações e ao nosso redor nos trazem muita tristeza e dor. Aliás, toda situação dramática e/ou catastrófica, como separações, divórcios, doenças dificílimas, resultados não esperados de um exame médico, amputações, perda do emprego ou qualquer mudança pessoal de impacto, mas, principalmente, morte de uma pessoa amada, gera reações de luto. 

A Dra. Elisabeth Klüber-Ross, psiquiatra suíça radicada nos Estados Unidos e considerada uma das cem mais importantes pensadoras do século XX, escreveu o livro ‘Sobre a Morte e o Morrer’, no qual declara que toda pessoa que sofre o luto passa pelas cinco fases para elaborar sua dor. São elas: 

Negação:“Não pode ser verdade”A pessoa se recusa a aceitar a notícia. Vive um vai e vem de emoções, sentimentos e pensamentos contraditórios. Ora aceita, ora rejeita o que aconteceu. Numa manhã pode estar bem, e à tarde do mesmo dia pode estar muito mal e desesperada. 

Raiva: Ira. Revolta. Ressentimentos. Inveja. “Por que eu?” – Nessa fase, a pessoa fica zangada, revoltada, ressentida com Deus, com a família, com os médicos, com a igreja, enfim, projeta sua dor em forma de raiva contra os que estão ao seu redor. E os mais próximos podem sofrer muito. Familiares, amigos e irmãos precisam se conscientizar de que essa fase vai passar. 

Barganha, negociação:“Deus, me dê mais uma oportunidade”. “Se o Senhor me livrar disso, eu prometo…” – Aqui, a pessoa faz um pacto em segredo com Deus: “Se o Senhor me der mais uma chance, vou ser missionário, vou atualizar os dízimos, consertar de vez minha vida”. E por aí vai. Ou então promete ao outro que vai mudar pra valer e implora: “Só mais um dia, só mais uma chance”. 

Depressão: “Não quero ver ninguém”; “Minha vida acabou!”A pessoa se isola, não quer ver nem falar com ninguém. Ela não pode negar, nem se revoltar. É tempo de introspecção e isolamento. O apoio de um pastor, de um bom terapeuta, amigos e familiares ajuda e eles não devem abandonar a pessoa de modo algum. 

Aceitação: A pessoa assume, finalmente, depois de muitas lágrimas e sofrimentos variados, que fez tudo que era possível na época, e perdoa a si mesma pelo que não fez. É tempo de deixar ir e aceitar que são necessários novos passos e novos caminhos, com a consciência das possibilidades e das limitações. E com a graça de Deus, prosseguir. 

Quanto tempo demora isso e quanto dura cada fase?
Cada pessoa é única. Não há um tempo definido. Para diferentes pessoas, cada fase pode demorar um pouco menos ou um pouco mais, até chegar a fase da aceitação. Entretanto, cada um tem que tomar os remédios para a dor do luto e da perda, pois o tempo por si só não cura as dores da nossa alma. Ele é um bom aliado, se tomarmos os “remédios” recomendados pelo Eterno. É preciso caminhar sempre. Familiares, amigos, a igreja, a Palavra de Deus, conselheiros, intercessores e boa disposição para seguir adiante ajudam, e muito. Não há como pular etapas. 

Como ovelhas de Cristo nos alegramos em saber que nunca estamos sozinhos. O Senhor nos deu Sua Palavra, a comunhão dos irmãos, o apoio de nossas famílias e amigos. Para o salvo, tem a certeza da volta de Cristo e a segurança da ressurreição dos mortos para o gozo Eterno e a verdadeira vida. Enquanto caminhamos nos caminhos da dor e da restauração, o Espírito Santo, o Consolador, nosso divino companheiro no caminho, segue nos fortalecendo, encorajando e nos dando graça para consolar uns aos outros e aos que sofrem ao nosso redor. 

– Pr. Jeremias Pereira – Pastor Titular