As cinco fases da elaboração do luto
“É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se! Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” (Eclesiastes 4.9, 10, 12 – NVI.)
Toda situação dramática e/ou catastrófica como separações, doenças dificílimas, resultados não esperados de um exame médico, amputações, morte de uma pessoa amada, perda do emprego, divórcios ou qualquer mudança pessoal de impacto provoca reações de luto. A Dra. Elisabeth Klüber-Ross, psiquiatra suíça radicada nos Estados Unidos, considerada uma das cem mais importantes pensadoras do Séc.XX, escreveu o livro Sobre a Morte e o Morrer (Editora Martins Fontes, 2008, 9ª Edição), no qual declara que toda pessoa que sofre o luto passa pelas cinco fase para elaborar sua dor. São elas:
Negação: “Não pode ser verdade” – A pessoa se recusa a aceitar a notícia. Vive um vai-e-vem de emoções, sentimentos e pensamentos contraditórios. Ora aceita, ora rejeita o que aconteceu. Numa manhã pode estar bem, e à tarde do mesmo dia, pode estar muito ruim e desesperada.
Raiva: Ira. Revolta. Ressentimentos. Inveja. “Por que eu?” – Nessa fase, a pessoa fica zangada, revoltada, ressentida com Deus, com a família, com os médicos, com a igreja, enfim, projeta sua dor em forma de raiva contra os que estão ao seu redor. E os mais próximos podem sofrer muito. Familiares, amigos e irmãos precisam se conscientizar que esta fase vai passar.
Barganha, Negociação: “Deus, me dê mais uma oportunidade”. “Se o Senhor me livrar disso, eu prometo…” – Aqui, a pessoa faz um pacto em segredo com Deus: “Se o Senhor me der mais uma chance, vou ser missionário, vou atualizar os dízimos, consertar de vez minha vida…” E por aí vai. Ou então promete ao outro que vai mudar mesmo e implora: “Só mais um dia, só mais uma chance”.
Depressão: “Não quero ver ninguém”; “Minha vida acabou!” – A pessoa se isola, não quer ver nem falar com ninguém. Ela não pode negar, nem se revoltar. É tempo de introspecção e isolamento. O apoio de um pastor, de um bom terapeuta, amigos e familiares ajuda e eles não devem abandonar a pessoa de modo algum.
Aceitação: A pessoa assume, finalmente, depois de muitas lágrimas e sofrimentos variados, que fez tudo que era possível na época, e perdoa a si mesma pelo que não fez. É tempo de deixar ir e aceitar que é necessário novos passos e novos caminhos, com a consciência das possibilidades e das limitações. E com a graça de Deus, prosseguir.
Quanto tempo demora isso e quanto tempo dura cada fase? Cada pessoa é única. Não há um tempo definido. E cada fase pode demorar mais ou menos para cada pessoa, até chegar a fase da aceitação. Entretanto, cada um tem que tomar os remédios para dor do luto e da perda, pois o tempo por si só não cura as dores de nossa alma. Ele é um bom aliado, se tomarmos os “remédios” recomendados pelo Eterno. É preciso caminhar sempre. Familiares, amigos, a igreja, a Palavra de Deus, conselheiros, intercessores e boa disposição de seguir adiante ajudam, e muito. Não há como pular etapas.
O Senhor mandou o Espírito Santo para nos encorajar e nos recomenda a encorajar e consolar uns aos outros.