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Estudos e artigos

AFINAL, O QUE É ADORAÇÃO?

Desde que me conheço por gente estou correndo pelos bancos da minha antiga congregação.

Minha mãe, desde que se converteu, tem servido à Igreja por meio daquilo que ela sempre amou fazer – tocar violão e cantar.

Desde novinha me acostumei a ouvir alguns termos que apenas pessoas que vivem dentro da igreja ouvem, como: “Que bênção, irmã!”; “Tá amarrado!”; ou “Música de adoração”.

Música de adoração? Esse termo sempre me chamou atenção. Me perguntava: Mas todas as nossas músicas não são em adoração ao nosso Deus? Só há adoração por meio da música?

Bem, resolvi estudar. O que seria adoração? Fui ao dicionário.

No dicionário, a palavra “adoração” tem o seguinte significado: prestar culto à divindade, por extensão: ter veneração por alguém ou algo; ter grande apreço por; reverenciar.

Mas, ao estudar a Palavra de Deus, a adoração ganha um sentido complementar ao do dicionário, porém, muito mais profundo. O termo vai muito além de cantar uma música com andamento mais lento. Prestamos culto também com música, mas ela é apenas uma parte da adoração em si.

Dr. Russel Sheed, em uma de suas palavras, destila sabedoria sobre o que é adoração, de forma simples e direta: “Adorar ao Senhor é uma responsabilidade nossa de glorificar ao nosso Criador, de honrar nosso Pai, Aquele que nos salvou das trevas para Sua maravilhosa luz”.

Sendo assim, deixo com vocês três textos interessantes da Palavra de Deus, que, durante a minha caminhada cristã, foram importantes por vários motivos e me ajudaram a entender melhor o que significa a adoração.

Em primeiro lugar, me recordo do texto no livro de Gênesis, capítulo 22, versos 1 a 5. Abraão, segundo a ordem de Deus, estava indo a Moriá para sacrificar – em holocausto – Isaque. Em certo ponto da caminhada, Abraão disse aos seus servos: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço (Isaque) iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós”. Aqui, o termo adoração aparece em um momento de sacrifício, em que se entregaria algo muito valioso por obediência e amor a Deus. Adorar é abrir mão, é sacrificar, é entregar por obediência e amor Àquele que nos amou primeiro.

O segundo texto está no evangelho de João, capítulo 4, dos versículos 21 ao 23. O termo “adorar em espírito e em verdade” – dito pelo próprio Jesus – vai muito além dos rituais e sacrifícios que faziam parte do culto judaico. Jesus me ensina uma pérola nesse texto: que nossa vida cotidiana e nossa fé não estão (e nem podem estar) desvinculadas. Nossa fé influencia nossas atitudes e modo de vida. Sendo assim, há adoração ao nosso Deus enquanto servimos com zelo em nossos trabalhos, quando tratamos com honra as autoridades que estão acima de nós, quando amamos e respeitamos nossos familiares e aqueles que estão ao nosso redor. Não faz sentido reverenciar ou venerar alguém com o qual não nos relacionamos todos os dias. Não pode existir adoração a quem não se conhece profundamente e não tem intimidade.

O último texto que deixo para meditação tem uma das mais lindas imagens de adoração. O livro de Apocalipse, com toda sua simbologia e linguagem própria, nos traz um belíssimo recorte. No capítulo 4, João tem a visão do trono de Deus. Está assentado nele um Ser divino, sem precedência ou comparação, que tem a beleza comparada a pedras preciosas. Todo aquele ambiente é singular, de beleza ímpar. Ali, seres enigmáticos o rodeiam e 24 anciãos lhes prestam culto. Tamanha glória leva todos a se prostrarem e O adorarem. Os anciãos lançam suas coroas diante daquele trono e dizem: Digno És, Senhor, de receber glória, e honra e poder, porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas. A coroa é um símbolo de poder e autoridade, de soberania e honra. Os anciãos reconhecem que tudo vem d’Eele e devolvem a Deus toda glória. Isso também é uma expressão interessante e maravilhosa de adoração.

Nesses textos mencionados acima, podemos perceber que a adoração não é apenas uma música lenta ou um estilo musical. A adoração é espontânea e natural à vida do seguidor de Jesus. Adoração vai além de um momento musical no culto. É um estilo de vida, uma expressão de gratidão, honra e glóriauma das mais lindas expressões de glória ao nosso Senhor.

Adoremos a Deus em todo tempo e circunstância, por entendermos que Ele é digno de toda glória dos nossos lábios e de nossas vidas!

Raquel Pinatti – Coordenadora do Ministério de Louvor da Oitava Igreja