Acolher é preciso!
“Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.” (Romanos 15.7).
Neste último fim de semana, cerca de 100 pessoas partiram de Belo Horizonte para servir a Deus em Morada Nova de Minas, a 300 km da capital, com a intenção de pregar o Evangelho de forma prática, expressando o amor de Cristo com todos os dons e talentos por Ele recebidos. A equipe foi treinada para acolher a todo o que fosse abordado, tratando-o com respeito e amor, “como convém aos santos”, como diria o apóstolo Paulo. Não posso dizer que foi surpresa, mas impressionou a todos a forma com que a equipe toda foi acolhida pelo casal de missionários, que plantam lá a Igreja Presbiteriana. Duas pessoas fizeram 97 se sentirem abraçadas e cuidadas.
No Reino de Deus assim deve ser: acolher e ser acolhido. E esta não é uma prática nova. Nos tempos do Antigo Testamento, Israel recebera a ordenança de cuidar de forma especial de alguns grupos de “desacolhidos”: as viúvas, os órfãos, os estrangeiros e os jornaleiros (veja Deuteronômio 24.14-15, 17-18).
A organização social do Israel antigo é um tanto diferente do que experimentamos hoje em dia, mas podemos traçar alguns paralelos com a realidade dos nossos dias. Vejamos algumas características de cada grupo. As viúvas são aquelas que perderam o suporte que tiveram por boa parte da vida. Os órfãos são os que tentam romper sem o suporte de seus pais. Os estrangeiros são aqueles que estão distantes do suporte de sua família, povo e cultura. Já os jornaleiros (não os vendedores de jornal, mas os que ganham por jornada diária de trabalho) são os que não têm recursos que deem suporte para além do dia seguinte. A ordenança de Israel era para que cada grupo desses fosse acolhido e cuidado: “Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.” (Levítico 19.33-34).
No Reino de Deus assim deve ser: acolher e ser acolhido.
Como Deus acolheu Israel no deserto e como Cristo nos acolheu quando ainda éramos pecadores, viver o acolhimento mútuo deve ser uma decisão nossa individual e como Igreja do Senhor Jesus. Basta olhar para o lado e encontraremos bem perto gente que, por algum motivo, seja momentâneo, seja duradouro, estão sem suporte emocional, físico ou espiritual. A estes o Espírito de Deus quer acolher através de cada um de nós – Corpo de Cristo – para que Sua Justiça seja estabelecida e a ninguém falte suporte algum. Se você se vê pertencente a um destes grupos, nunca deixe de ser também um acolhedor de pessoas, pois à medida que todos nos acolhemos uns aos outros, ninguém se encontrará desassistido.
Abra os olhos e o coração para ser um instrumento de Deus na vida daquele que senta ao seu lado no culto, daquele que participa do mesmo Grupo de Crescimento que você ou que serve ao seu lado em algum ministério. Afinal de contas, queremos ser mais e mais uma igreja acolhedora de pessoas. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5.13).
Pr. Luís Fernando Nacif Rocha | prluis@oitavaigreja.com.br