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Estudos e artigos

AÇÕES CURADORAS DE UM PAI AMOROSO – A HISTÓRIA DO FILHO PRÓDIGO

Como fazia todos os dias, o pai caminhava de sua casa para a pequena colina, onde ele podia olhar para a estrada e ver por vários quilômetros. Ele sempre pensou, desejou e esperou que, a qualquer momento, veria uma figura familiar naquele caminho.

Vê-lo partir foi um dos momentos mais difíceis para aquele pai, pois sabia que o seu filho não estava preparado para a vida que escolhera e que também não iria ouvi-lo. Quando retornaria? O que aconteceria a ele? Esses eram alguns dos pensamentos que passaram pela cabeça daquele pai ao ver o seu filho partir.

Famílias são a base da vida. A parábola do filho pródigo fala de um filho que foi perdido e depois encontrado. Embora mostre muitos detalhes sobre uma família, no final, uma verdade se destaca – a paciência de um pai para o filho a quem ama.

As relações de pai e filho são bonitas de se ver, mas também, às vezes, complexas. Será que o filho deixou emocionalmente a casa muito antes de sair fisicamente pela porta? O que houve entre ele e o seu pai? Será que aquela mãe permitiu que o marido fosse pai daqueles filhos?

Se você fosse o filho, o que você faria em tal situação? O orgulho o impediria de voltar para casa ou de restaurar um relacionamento? Talvez você realmente se encontre no presente numa posição semelhante à do filho na parábola. Entretanto, manter-se distante é como estar perdido. Cultivar o silêncio é como estar morto.

Caindo em si. O filho perdido, convencido do seu erro, decide voltar onde tudo começou. A sua volta não fora motivada unicamente pela necessidade, mas pela certeza do amor do pai. Ele volta não pelas benesses que poderia usufruir novamente, mas pela comunhão com a sua família. Ele volta. A graça de Deus sempre nos alcança. A Sua graça sempre vai ao encontro dos necessitados. Um crente eleito, mesmo que afastado da comunhão, em algum momento, cairá em si, se arrependerá e voltará à casa do Pai. “E quando ainda estava longe, seu pai o viu, e seu coração se encheu de compaixão, e ele correu em direção ao seu filho, o abraçou e o beijou” (Lc 15.20b).

A visão do pai. Ele viu todas as suas fragilidades, todas as suas lutas, todas as suas desvantagens. Precisamos enxergar os nossos filhos, mesmo que estejam longe, precisamos olhar para eles e ministrar aprovação pelo que são e não pelo que fazem.

A pressa do pai. Ele correu. Não é de admirar. Ele não sabia, mas e se o filho, que vinha longe, mudasse de ideia e voltasse atrás? Ele não sabia, mas e se aquele filho caísse de cansaço? Ele não sabia, mas algo fatal poderia atingí-lo antes de chegar em casa, por isso o pai correu. Quando ainda estava longe, o pai correu.

O beijo do pai. Há tanto significado, amor e compaixão nesse beijo; tanto perdão; tanto céu nele. “Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade” (Sl 86.15). O pai correu, o abraçou e o beijou. Abraço de acolhimento e aceitação. Entre o amor e a espera, quantas palavras foram resumidas naquele abraço.

A aprovação do pai. O pai da parábola conheceu seu filho ainda distante, apesar do cheiro, da aparência, da sujeira, abraçou-o e beijou.

Ele não brigou e nem discursou sobre o pedido de perdão do filho, mas agiu ordenando que lhe fosse dado uma nova roupa, um anel, uma sandália e uma festa. A nova roupa significava que ele não seria lembrado pelo que era, mas pelo que é agora, (justificação pela fé). O anel: geralmente, era símbolo de autoridade. Era como se fosse a caneta do Monarca, do Imperador, que selava a correspondência. Aqui, o filho estava totalmente reintegrado e como filho mesmo. Calçados: os escravos não usavam sandálias, calçados. Somente quando (se) fossem libertados ganhariam sandálias ou o direito de usá-las. Aqui, o filho estava liberto da situação de servo. Bezerro gordo para a festa. Quanta alegria para esse pai em ver o filho perdido que agora volta ao lar. Precisamos festejar e nos alegrar com os nossos filhos. Precisamos festejar, primeiramente, a sua existência, a peculiaridade de cada um, depois as suas conquistas e o seu retorno.

As atitudes desse pai demonstram o quanto ele amava aqueles filhos.

Pr. Roberto Santos

Pastor Auxiliar