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Pr. Jeremias

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA

Por sermos ainda pecadores e imperfeitos, entendemos que a disciplina é uma necessidade também para nossos dias. Cristo nos ensinou e ordenou a sua prática (Mt 18.15-20). Uma igreja que não exerce a disciplina aos membros faltosos, destrói a si mesma e perverte o ensino do Evangelho de nosso Senhor Jesus. Uma igreja que não pratica a disciplina certa, bíblica, constante, cuidadosa, atenciosa, respeitosa, firme e afetuosa, não deve observar a Ceia do Senhor. A disciplina deve ser feita com amor, compaixão, sem vingança, ódio ou retaliação (Gl 6.1). Vale lembrar que disciplina é um ato de compaixão, purificação e amor de nosso Pai (Pv 13.24; Hb 12.4-8).

ALVOS DA DISCIPLINA

  1. A Glória de Cristo – A igreja deve disciplinar procurando a glória e a honra do nome de Cristo. Não disciplinar membros que cometem pecados escandalosos desonra o nome do Senhor.
  2. O bem da Igreja – A complacência, a cumplicidade com o pecado pode corromper todo o corpo. Ao disciplinar um membro, a igreja deve fundamentar seus argumentos nas Sagradas Escrituras, não na tradição nem no sentimentalismo. E ao disciplinar deve também cuidar, tratar e curar a pessoa ou pessoas envolvidas.
  3. O bem da pessoa disciplinada – Sem disciplina não há possibilidade de restauração. Mais cedo ou mais tarde os pecados virão à luz, e quando a liderança da igreja tem conhecimento e não toma posição, ela coloca a igreja sob a opressão do diabo. A disciplina procura gerar quebrantamento, arrependimento e o desafio da pessoa andar com Cristo corretamente (Hb 12.11- 13). Em casos de líderes, implica perder privilégios e honras, além de não participar por um tempo da Ceia do Senhor. Nenhuma pessoa é disciplinada sem que tenha oportunidade de se defender de qualquer acusação que lhe seja feita. O Conselho da igreja não aceita acusações de pessoas que não se comprometam a confrontar o acusado, em caso de necessidade de acareação.

DIFERENTES TIPOS DE DISCIPLINA

Disciplinar não é, em primeira mão, excluir ou expulsar o irmão ou irmã da comunhão. Existem pelo menos quatro passos na disciplina bíblica:

  1. Educação – É a disciplina que envolve conselho, instrução, repreensão e orientação para que a pessoa mude de vida. É quando o crente é instruído na Palavra pessoalmente, do púlpito, pelos irmãos ou pelos líderes.
  2. Correção – A pessoa é formalmente orientada a se afastar do erro e do pecado. É acompanhada e deve prestar contas de sua vida, a fim de que seja observada se está mesmo procurando viver para agradar a Cristo.
  3. Suspensão – As faltas e pecados vão se tornando públicos ou são escandalosos. Após entrevistar a pessoa e dar-lhe oportunidade de se defender ou admitir seu pecado, o Conselho o suspende da Ceia do Senhor. No caso de líderes, além da suspensão da Ceia do Senhor (pode ser por tempo determinado ou indeterminado) perde a posição, os privilégios e as honras envolvidas em sua liderança.
  4. Exclusão – Quando a pessoa endurece seu coração, continua no pecado e não dá frutos de arrependimento.

COMUNICAÇÃO DA DISCIPLINA

Toda disciplina deve ser comunicada para gerar temor e reverência na igreja. Na Oitava, considerando o tamanho da membresia, o Conselho decidiu que a disciplina deve ser comunicada no ambiente em que a pessoa é conhecida: ministério onde serve, GCOI que participa, quando for o caso. Em se tratando de líderes que têm grande visibilidade diante da igreja, a comunicação é feita no culto designado pelo Conselho da igreja.

RESTAURAÇÃO

  1. À Ceia do Senhor – A pessoa disciplinada voltará a participar da Ceia do Senhor (quando suspenso por tempo indeterminado), quando ela e os que tiverem acompanhando julgarem que a mesma já demonstra frutos de arrependimento. Junto a isso, o(a) irmão(ã) afastado(a) deve solicitar, por escrito, ao Conselho da Igreja a sua restauração.
  2. Ao ministério e à liderança – No caso de membros, o retorno à participação na liderança envolve passos que comprovem genuíno fruto de arrependimento e integração gradual no ministério; no caso de oficiais (presbíteros e diáconos), faz-se necessária nova eleição por parte da igreja; no caso de pastores auxiliares e/ou pastores missionários: restauração por parte do presbitério e convite do pastor titular para novamente participar da equipe pastoral, com a aquiescência do Conselho; no caso de líderes remunerados pela igreja: além de genuíno fruto de arrependimento após um bom tempo de caminhada, um novo convite do pastor titular com a necessária confirmação do Conselho da igreja.

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” (Gl 6.1)

Pr. Jeremias Pereira • Pastor Titular