A IGREJA PRECISA AVANÇAR NA PANDEMIA E NA PÓS-PANDEMIA
Às vezes, uma igreja para de crescer quando o tamanho do prédio atinge 80% de sua capacidade, mas essa é uma avaliação exclusivamente humana, e não uma razão bíblica. Temos visto na própria Oitava Igreja muitas pessoas que voltaram para suas casas ou foram para outra igreja porque, em alguns cultos, o templo estava cheio e tinha gente em pé. Porém, regra geral, o tamanho do prédio e das instalações não são, necessariamente, o problema na maioria dos casos. Há igrejas “explodindo”, cultos lotados, inclusive, nestes tempos de capacidade de lotação reduzida, exigiram-se ter vários cultos semanais e dominicais para acomodar os que chegam. Rick Warren escreveu que, quando a igreja chega a 70% da capacidade do auditório, deve começar um novo culto. Temos feito assim.
Cada pessoa deve servir de todo coração e com amor. Devemos ter profissionalismo em tudo que fizermos. Mas o profissionalismo no púlpito, na música, na oração, etc. é só uma tentativa carnal de fazer aquilo que apenas o Espírito Santo realiza: os corações são tocados pelo fogo do céu. Demonstrar erudição, humor, teatralidade ou enfatizar qualquer outra qualidade humana, toca, no máximo, o intelecto. Reconhecemos que Deus nos usa com nossa personalidade e o “nosso jeitão”. Contudo, oremos para que ele opere em todos os aspectos do ministério pessoal de cada um dos nossos amados pastores, líderes e em toda congregação.
As pessoas gostam de conforto, é verdade, mas elas precisam ser alimentadas com o Evangelho verdadeiro de Cristo. O Senhor Jesus disse a Pedro: “alimenta e apascenta minhas ovelhas” (Jo 21.15-17). Pessoas com fome espiritual procurarão comida. Um casal que está em crise de divórcio não estará na busca dessa ou daquela denominação. Buscará quem os ajude a lutar para manter a família unida, não importa qual denominação essa igreja representa.
Qual é o maior programa que podemos ter como igreja agora e na pós-pandemia?
1 – Alimentar nossas ovelhas e os que nos procurarem. Tanto presencial como on-line; todas as idades; homem e mulher; solteiros, viúvos, divorciados, casados, jovens casais, idosos, aflitos, medrosos, alegres e animados. As pessoas não se importam de sentar mais distantes umas das outras ou usar máscara enquanto for necessário, desde que tenha zelo da igreja para manter as famílias fortes e o povo unido em Cristo Jesus. O Espírito Santo deve ser o grande diretor por trás de cada música, pregação, aula ou reunião de grupo pequeno. Se assim acontecer, as pessoas virão e se conectarão para ver e ouvir o que está acontecendo.
2 – Buscar unção e qualidade. Bandas de louvor, solistas, quartetos, cantores e cantoras e corais cantando no tom impressionam algumas pessoas, mas não alimentam a alma faminta. É a graça de Deus e a unção do Espírito que fortalece o cansado e gera novas criaturas. Isso não significa fazer relaxadamente ou sem excelência. A Palavra ensina a ter arte e júbilo. Não meçamos a presença de Deus unicamente pela emoção das pessoas. Sejamos fervorosos na preparação antes, durante e após as reuniões para que o Espírito Santo opere por meio de todos nós, pastores, presbíteros, diáconos, liderança, atendentes, funcionários e de todos que servem em qualquer aspecto da vida da igreja.
3 – Participar de um grupo pequeno. Uma das razões pelas quais os ministérios de Pequenos Grupos (células ou nossos GCOIs) prosperam em muitas igrejas é porque eles têm como objetivo alimentar o indivíduo. No ambiente mais amplo da igreja, as necessidades individuais, frequentemente, não são atendidas. Ainda bem que em um ambiente menor, mesmo pelo Zoom ou outras plataformas digitais, temporariamente, podemos ter acesso às suas necessidades fundamentais e repartir preocupações, cuidados e orar uns pelos outros. No grupo pequeno, o indivíduo geralmente é alimentado exclusivamente, mais do que no ambiente congregacional. Isso faz com que a congregação cresça, visto que ela é composta de indivíduos.
4 – Evangelizar fervorosamente de todas as maneiras, aproveitando e criando oportunidades.
Quais igrejas terão relevância no futuro? Aquelas com edifícios maiores, mais bonitos? As de nomes mais charmosos ou diferentes? As pintadas de preto ou grafitadas? É importante que eu afirme: nada tenho contra a mudança deste ou daquele paradigma de método. Pelo contrário, devemos melhorar instalações, modificar métodos, testar coisas novas, aprimorar o berçário, as instalações para crianças, melhorar a capacidade de estacionamento, etc.
Penso que esta geração está faminta por algo que possa encher o vazio do coração e que impeça suas crianças, seus adolescentes e jovens, enfim, seus filhos e filhas de serem destruídos pelas drogas, pela perversão sexual ou de cometer suicídio. Podemos e devemos ser uma igreja que ousa se reinventar quantas vezes forem necessárias, mas que segue pregando o Evangelho da Cruz de Cristo, no poder da ressurreição de Jesus, enfatizando as demandas do discipulado de Cristo, o verdadeiro e único Deus, o todo poderoso Deus, que vive e reina para sempre. Devemos ser uma igreja (óbvio e claro que nunca será a única, haverá muitas, muitas e muitas) que pode ser um oásis no meio do deserto da imoralidade e da desesperança, embora pessoas que têm fome espiritual saibam que, mesmo em igrejas assim, há falhas, erros e pontos de atenção que precisam sempre ser observados e corrigidos.
Oitava, temos uma janela de oportunidade para avançar. Avancemos!
Pr. Jeremias Pereira • Pastor Titular