A IGREJA, MEU LUGAR NA FAMÍLIA DE DEUS
“Assim, vocês não são mais estrangeiros (…) mas (…) membros da família de Deus” (Efésios 2.19)
Inclusão. Atualmente, essa palavra tem sido muito usada. Por ela, se justificam as mais variadas formas de se “inserir alguém ou alguma coisa em grupos ou núcleos” dos quais não se fazia parte. É o esforço em “promover a participação ativa e igualitária” de pessoas ou coisas, mesmo que sejam diferentes, diz o dicionário eletrônico. Sob a perspectiva da oportunidade, isso parece ou pode ser bom. Mas a verdade é que a inclusão segue como tema em debate, exatamente porque não acampa, autenticamente, todos os significados propostos por sua semântica.
A proposta deste texto é a abordagem bíblica da inclusão na família da fé (igreja), a partir do texto da carta de Paulo aos efésios, especificamente no capítulo 2. Trata-se de uma profunda exposição do que é, verdadeiramente, fazer parte de alguma coisa quando as condições mínimas para tal inserção sequer existiam. Paulo começa afirmando que não tínhamos vida, porque a condição do pecado nos arrastava como mortos (Efésios 2:1). A obra da cruz, protagonizada por Cristo, o Filho amado de Deus, é o passo principal e exclusivo para a transformação de mortos espiritualmente em vivos por toda a eternidade. Sem a cruz, não há inclusão. Não há inserção no corpo – a igreja!
Sem Cristo, o ser humano está perdido, morto. Vagueia de um lado para o outro da sua existência sem esperança, sem alento, sem paz. Mas por causa do grande amor de Deus, somos achados e trazidos para uma nova realidade (Efésios 2:4 e 5). É a inclusão operada pelo Eterno Deus. Como inclusão não é exclusividade, o próprio Deus cuida para que sejamos cuidados por tantos outros, cuja história de vida se assemelha à nossa (esse é o papel da igreja). Dessa forma, quem não era povo passa a ser chamado “povo de Deus” (1Pedro 2:10).
Ser chamado “povo de Deus” e ser inserido nesse conjunto de pessoas é o propósito divino muito antes de tudo (Efésios 1:4). Assim, quando habilitados pela obra graciosa da cruz que nos regenera (Efésios 2:8), somos chamados a participar de uma família da qual não fazíamos parte antes de conhecermos e recebermos a Cristo (Efésios 2.12). Essa é a diferença da inclusão que de fato muda a nossa história. O salmista afirma que Deus faz com que o solitário habite em família (Salmos 68:6). Aqui, a ideia é a completude que se alcança por confiar no Eterno e depender de Suas bênçãos.
Fazer parte da família de Deus, do Seu povo, é um dos diversos milagres que a obra da cruz opera em nós. Em se tratando da família da fé, a inserção dos que são chamados atende ao propósito de Deus. A obra da cruz promove a salvação daquele que crer em Cristo, e o reúne aos demais eleitos numa grande comunidade chamada de “povo de Deus” (Efésios 2.19). É assim que, deixando de ser um estranho sem alegria, nos tornamos cheios de paz e pertencentes ao Deus de toda paz. Que alegria! Que grande bênção! (Efésios 2:22)
– Pr. Edson Gonçalves – Pastor Auxiliar