A CRUZ E SEU REAL SIGNIFICADO
Já ouviu falar sobre o Dia da Cruz? Com tantos elementos sagrados, cristãos e não cristãos, em diversas culturas – como crucifixos, terços, imagens, ícones, contas, búzios, estrelas e luas –, um dia só para a cruz diz bastante sobre a relevância desse símbolo.
De acordo com o site Calendarr, o Dia da Cruz é “considerado uma celebração cristã, em que o símbolo da cruz é homenageado e lembrado como um instrumento de salvação, com o objetivo de reforçar o episódio da crucificação de Jesus. A cruz é tida como um dos elementos centrais da fé cristã (…) Neste dia, os fiéis celebram a vitória de Jesus sobre a morte, o pecado e o Diabo, conquistada na cruz.”.
A data, 14 de setembro, foi escolhida porque no ano de 335 a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, foi inaugurada. Como já diz o nome, a igreja está localizada no lugar em que acreditam ser onde Jesus foi sepultado. Constantino (272-337), ex-imperador romano, buscava encontrar relíquias de Cristo, incluindo a Vera Cruz de Cristo, ou seja, a verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado. No meio de buscas e escavações, acreditou-se ter encontrado a tal cruz e o local do sepultamento e ressurreição de Cristo. Dessa maneira, construíram nesse território a basílica.
A cruz é um símbolo de morte. Principalmente usada por romanos, era uma ferramenta de assassinato, exposição e vergonha. Se olharmos a história da simbologia do cristianismo, no início era usado o símbolo do peixe para distinguir os cristãos na época das perseguições do império. Não, não é porque os discípulos eram pescadores ou porque Jesus multiplicou peixes – junto com pães – quando alimentou a multidão. O símbolo foi escolhido pois, em grego, a palavra “peixe” (ICHTHUS ou ICHTHYS) pode ser também um acróstico para “Jesus Cristo Deus Filho Salvador” (Iesus CHristus THeos Yios Soter).
Mais tarde, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e a cruz foi sacralizada e aceita como símbolo cristão. Com o passar do tempo, a cruz com o Cristo crucificado – o crucifixo – fica marcada como imagem católico-romana, e alguns protestantes, a fim de se distinguir da religião católica, começaram a usar a cruz vazia. Entretanto, no Brasil, tem-se uma aversão maior. Na colonização do nosso país, os protestantes negaram qualquer ponto de referência com a Igreja Católica Romana, de modo a realmente estabelecer uma distinção e um distanciamento. Vemos que as igrejas católicas são todas pintadas e cheias de símbolos e imagens, enquanto as evangélicas não têm tais adereços. Já em outros países, mesmo em igrejas protestantes, vemos pinturas e vitrais.
Temos a convicção da importância da cruz em nossas vidas. A Bíblia nos instiga a olhar para Cristo, autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12.2), e pregar o Cristo crucificado (1 Coríntios 1.23). Idolatrar objetos desfaz completamente o significado do Evangelho. O uso da cruz pode ser feito, não vazio de significado ou como objeto de culto, mas sim como símbolo da nossa fé.