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A CHEGADA DO INVERNO E OS CUIDADOS QUANTO AO VÍRUS

Foto: Internet

No dia 21 deste mês (um domingo), começa oficialmente o inverno. As baixas temperaturas registradas já no fim de maio foram apenas uma amostragem do que certamente experimentaremos nas próximas semanas. E, diante desse prognóstico, surge a questão: o que muda em relação à prevenção e à proliferação do novo coronavírus (Covid-19)? Em entrevista exclusiva à Oitava Revista, a médica Lêda Maria Mendes Souza (especialista em Medicina de Família e Comunidade), membro da Oitava há oito anos e integrante do Ministério Monte Sinai desde 2014, esclarece o assunto. Acompanhe e tire suas dúvidas!

OR Doutora, com a chegada do inverno, o que muda em relação à prevenção contra a Covid-19?
LMMS – A chegada do inverno traz consigo o aumento dos casos de doenças respiratórias e de Síndromes Respiratórias Agudas Graves, pois há maior interação das pessoas em ambientes/espaços fechados (por causa do frio), favorecendo a proliferação e infecções por doenças virais e bacterianas. O aumento da incidência de outras doenças respiratórias pode ajudar a tornar mais crítica a situação dos pacientes, potencialmente causando mais óbitos.

Os cuidados devem ser redobrados em relação à higiene respiratória, distanciamento social, ambiente arejado, alimentação saudável, hidratação frequente, vacinação contra influenza, principalmente por parte das pessoas que já possuem doenças respiratórias, pois essas doenças tendem a se agravar durante o inverno, levando a internações. E essas, por sua vez, aumentam o risco de exposição ao coronavírus por conta da sobrecarga dos serviços de saúde. Portanto, devemos manter o isolamento social sempre que possível.

OR – Então podemos afirmar que o tempo frio é mais prejudicial à população, no que diz respeito à proliferação do vírus?
LMMS – Ainda não há uma ligação concreta entre o frio e um eventual aumento da virulência da Covid-19. Sabemos que temperaturas mais baixas causam redução dos movimentos ciliares no pulmão, que servem para a remoção de impurezas (por exemplo: vírus e bactérias). Sem essa movimentação, a infecção pulmonar é facilitada, tanto em casos virais quanto bacterianos.

OR – Qual prognóstico você faria para os próximos meses quanto à curva de transmissibilidade?
LMMS – A projeção do pico da pandemia da Covid-19 em Minas passou de 10/06 para 19/06. Ainda estamos em fase de crescimento da transmissibilidade (SES/MG, 28/05/2020). O melhor caminho é manter o isolamento e achatar a curva epidêmica.

OR – Gostaria de acrescentar algo?
LMMS – É necessário que mantenhamonos atualizados em relação à situação epidemiológica de nosso país, estado e município, baseando-nos nas evidências científicas e nas instituições/autoridades de saúde, para nos direcionar. Além de mantermo-nos firmes na fé, pedindo a Deus que nos dê sabedoria e ilumine nossos governantes para que tomem as melhores decisões em prol do bem comum.