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“Por que você fez isso?!?!”, a pessoa pergunta. E então você responde: “Ah! Sei lá!” Quantas vezes isso já aconteceu com você? Tenho certeza de que não foram poucas. Apesar de correntes da psicologia defenderem que tudo o que fazemos tem uma explicação, consciente ou não, não são poucas as vezes que nos pegamos fazendo algo sem saber o porquê.

Se isso pode acontecer com coisas triviais, não é verdade quando o assunto é amor. A Bíblia é bem clara ao falar da essência de Deus como sendo o amor. Deus ama pela simples razão de que Ele é amor (1 João 4:8). Tudo o que Ele é e faz expressa esse amor; até mesmo sua ira e seu juízo são expressões dessa essência (apesar de o conceito popular de amor ter dificuldades em enxergar isso).

O amor humano, por sua vez, não é essencial, mas efeito do amor de Deus por nós. O salmista abre o Salmo 116 declarando “Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas. Porque inclinou para mim os seus ouvidos, invocá-lo-ei enquanto eu viver” (vs. 1,2). João, chamado de ‘apóstolo do amor’ por ter sido o que mais falou sobre o amor de Deus e entre os irmãos, foi categórico em dizer que “nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1João 4:19). Nosso amor não brota da nossa essência influenciada pelo pecado, mas da ação de Deus em nós.

Nesses dois textos, a dinâmica fica bem clara. João nos mostra que nosso amor está ligado ao derramar do amor de Deus em nós, que não acontece senão quando temos uma experiência de conversão em Cristo Jesus, de quem recebemos o Espírito Santo. Se antes de Cristo tínhamos experiências superficiais com o amor de Deus, agora esse amor é “derramado em nossos corações” (Romanos 5:5) –é como se a Palavra comparasse um conta-gotas com uma enorme cachoeira.

O texto do Salmo 116 enriquece ainda mais nossa experiência com esse amor de Deus. Nós o amamos não só pelo amor derramado em nós, mas porque passamos a perceber esse amor na forma como somos tratados por Ele. Nós o amamos porque Ele ouve nossas orações. Nós o amamos porque Ele nos resgatou das trevas e nos deu vida eterna. Nós o amamos porque recebemos dele pastoreio e cuidado. Nós o amamos porque por Ele somos guiados na caminhada. E a lista nunca termina…

Longe de ser utilitarista, esse amor expresso pelo salmista é o sentimento que reflete um amor que recebemos, como se fôssemos espelhos refletindo um raio de luz do sol, na plena consciência de que não o produzimos por nós mesmos.

Seja pela ação do Espírito Santo dentro de nós, seja pela reação ao agir de Deus em nossas vidas, um fato é claro: nosso amor por Deus cresce à medida que nos aproximamos mais e mais dele e com Ele nos relacionamos sem reservas. O amor de Deus e para com Deus nunca será fruto de estudos teóricos ou de análises teológicas. Ele é resultado de uma entrega sem restrições ao Deus revelado em Jesus Cristo, como O conhecemos na sua Palavra, a Bíblia. Um relacionamento alimentado através da oração e da meditação nas Escrituras.

O que, então, você está esperando? Mergulhe agora mesmo nesse relacionamento de amor, porque, com certeza, o amor de Deus já foi derramado sobre nós através de Jesus.

Pr. Luís Fernando Nacif  |  prluis@oitavaigreja.com.br