2016 – O Ano da Missão
Fechamos 2015! Para a maioria, um ano de lutas, mas vitórias. Esta foi a tônica dos testemunhos que escutamos quando os “balanços” eram feitos em pequenos encontros e reuniões. Apesar de todas as notícias de crise, violência e incertezas, vemos muitos em nosso meio encorajados e animados para enfrentar o novo ano que começa. Como disse Paulo, “atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; …abatidos, porém não destruídos”
(2 Co 4:8-9). Não é coincidência que o tema da Oitava Igreja foi o “Ano do Encorajamento”.
Guardadas as devidas proporções, os discípulos de Jesus haviam passado por momentos difíceis na semana de sua crucificação. Crise, insegurança, traição, perseguição, morte. As palavras de Jesus na véspera visavam encorajar seus seguidores, mas elas tomaram um brilho diferente quando, no terceiro dia, ele apareceu ressurreto. A morte foi vencida! O Messias está vivo! Nada era mais encorajador que a visão de Jesus, ainda com as marcas nas mãos, mais vivo que qualquer outra pessoa sobre a Terra.
Mas o encorajamento não para aí. O verdadeiro encorajamento tem um objetivo maior. Não apenas aquecer o coração, mas preparar para algo além. Os discípulos no caminho de Emaús sentiram arder o coração na presença de Jesus (Lc 24:32), os Onze se alegraram ao ver o Senhor ressurreto (João 20:20), mas Jesus não tinha em mente apenas curar a crise de seus corações. Seus planos eram bem maiores.
Todos os quatro evangelistas terminam seus relatos de uma forma bem intencional: com Jesus conclamando seus discípulos a abraçarem sua Missão de levar a mensagem das Boas Novas até os Confins da Terra: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mateus 28:19-20; veja também Marcos 16:15, Lucas 24:47, João 20:21 e Atos 1:8)
O encorajamento não era um fim em si mesmo, mas uma preparação para algo ainda mais importante.
2016 – O Ano da Missão
Nesse mesmo propósito, vemos esse ano que se inicia não como um ano para ficar dentro dos quarteis, mas para nos enfileirarmos nas trincheiras espirituais da Missão de Deus de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo onde ele nos levar. Essa Missão será, assim, ao longo do ano, dividida em quatro momentos:
A Missão de Amar – Em João 20:21, Jesus foi bem claro: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. E a forma com que Jesus foi enviado está explícita em João 3:16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito…” A Missão de Jesus começou no amor do Pai pela humanidade e Jesus nos enviou no mesmo espírito. Se Deus abraçou o mundo em Jesus Cristo, esse mesmo amor pelas pessoas deve nos mover, fazendo brotar, na força do Espírito Santo, sentimentos de alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, etc. para com o nosso próximo.
A Missão de Alcançar – O amor de Jesus não é completamente desinteressado. Ele faz parte de sua Missão maior de atrair para si o perdido, de salvá-lo de sua condição de pecado. Essa atração, entretanto, não é só na comparação com o ímã, que fica parado e traz para perto de si o metal à sua volta. Como Jesus deixou o ambiente celestial para se encarnar e viver e morrer entre nós, é esperado que também saiamos de nossa zona de conforto para alcançar o perdido, seja ele na parede-meia de nossa casa, seja em Mianmar, na Ásia. Jesus não poderia ser mais explícito ao dizer que seríamos testemunhas “tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8).
A Missão de Discipular – Como tudo que Jesus faz, nada fica pela metade. O alcançar de Deus é completo, e vem seguido de “ensinar a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. Fazer discípulos inclui cuidar, pastorear, ajudar no crescimento, ensinar. Vai além de ir na casa do outro para falar de Jesus, mas abrir a própria casa para vivenciar Jesus com o outro. É não só estudar a Bíblia, mas ensinar a Palavra ao que começa na fé. É não só orar por alguém, mas orar com alguém. Essa Missão não é dos pastores e presbíteros apenas, mas de todo o Corpo de Cristo.
A Missão de Servir – Jesus nunca tratou as pessoas ao seu redor como almas perdidas que precisavam ir para o céu, mas como pessoas integrais que precisam de cuidado integral. Ao mencionar a separação de crentes e incrédulos no juízo final, ele falou de ações de amor bem práticas que ele esperava de seus seguidores: alimentar o faminto, dar água ao sedento, acolher o estrangeiro, vestir o nu e visitar o enfermo e o preso (Mateus 25:35-36). A Missão de Deus que não inclui servir o necessitado não pode ser considerada uma missão completa, e para isso também fomos chamados.
Neste ano de 2016, estamos todos convocados para dar um passo a mais na Missão que Jesus reservou a nós. Cada um com seus dons espirituais, abrindo espaço na agenda e no coração para que Cristo se manifeste com poder para tocar pessoas do Palmares aos confins da Terra. Encorajados que fomos em 2015, seremos usados pela graça de Deus para impactar a vida de muitos. Assim, deixe o Espírito de Deus conduzir sua vida com as melhores e maiores expectativas. “Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”.
Pr. Luís Fernando Nacif Rocha | prluis@oitavaigreja.com.br