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(Gálatas 3:15–29)  

Talvez você já tenha ouvido — e até repetido — as seguintes expressões: “Eu também sou filho de Deus” ou “Todo mundo é filho de Deus”. Embora comuns no nosso dia a dia, essas palavras são, à luz da Bíblia, uma grande mentira. 

A Escritura nos ensina que Deus nos criou para Si, para vivermos em comunhão com Ele, desfrutando de uma alegria plena. No entanto, a humanidade rejeitou a Deus, Seus planos e Seu governo. Como consequência dessa rebelião, nossa história foi profundamente corrompida, e a morte passou a reinar sobre toda a raça humana. Seria assim para sempre… se não fosse pela boa notícia do Evangelho: Jesus morreu na cruz para perdoar os nossos pecados e venceu a morte, garantindo que todo aquele que crer n’Ele será salvo. 

O apóstolo Paulo enfrentou um problema semelhante na igreja da Galácia. Uma falsa doutrina havia se infiltrado, afirmando que, embora os gálatas tivessem recebido o Evangelho pela fé, ainda era necessário guardar a Lei dada a Moisés para alcançar a promessa feita a Abraão e ao seu descendente. Os judeus criam que a herança de Deus só seria recebida mediante o cumprimento da Lei e de seus ritos. 

Mas Paulo demonstra como isso é incoerente: se a promessa foi feita antes da Lei, como poderia a herança vir por meio dela? A Lei foi dada 430 anos depois da promessa! Ela foi instituída, segundo o apóstolo, como um tutor, um guia temporário, destinado a conduzir o povo a Cristo, por causa das suas transgressões. 

Essa falsa doutrina persiste até hoje, quando pensamos que é aquilo que fazemos por Deus que nos torna aceitáveis aos Seus olhos. Muitos ainda creem que, ao buscarem obedecer a Deus, recebem mérito diante d’Ele. Mas o Evangelho é claro: não é o que fazemos para Deus que nos torna aceitáveis diante d’Ele, mas o que Jesus fez por nós na cruz. Na salvação, todo o mérito, todo o poder e toda a glória pertencem exclusivamente a Cristo. 

Paulo corrige esses equívocos e ensina duas verdades fundamentais: 

1. Somos filhos de Deus pela fé

Os judeus julgavam ser o povo de Deus por serem descendentes de sangue de Abraão. No entanto, a aliança de Deus com Abraão não foi baseada em linhagem ou mérito, mas na fé. Como vimos anteriormente, Abraão foi justificado por crer em Deus — e é por isso que ele se tornou o pai da fé.  

Assim, os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que compartilham da mesma fé. Nas palavras do evangelista João, Deus dá o direito de serem feitos filhos apenas àqueles que creem no nome de Jesus. Nós cremos em Cristo e, por isso, fomos recebidos como filhos de Deus. 

2. Somos herdeiros da promessa por estarmos unidos a Cristo

Paulo corrige um mal-entendido central: a promessa de Deus não foi feita a “descendentes” no plural, mas ao “descendente” — isto é, a Cristo. Isso significa que ninguém pode herdar a promessa por descendência sanguínea de Abraão. A herança não é biológica, é espiritual. 

Pela fé, fomos unidos a Cristo. Fomos batizados e revestidos d’Ele, e, por essa união com o verdadeiro descendente de Abraão, nos tornamos herdeiros da promessa de Deus. 

Assim, creiamos em Jesus e o sirvamos de todo o coração, certos de que Sua promessa está reservada para nós! 

 – Pr. Israel Abreu – Pastor Auxiliar