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“O QUE ACONTECE NA INFÂNCIA NÃO FICA NA INFÂNCIA”

 “Perna de palmito, leite azedo!”. Esses apelidos te lembram algum (ou alguns) momento(s) do seu passado? Se não, tente exercitar sua memória. Xingamentos desse tipo eram (e certamente ainda são) muito comuns nas escolas e colégios, entre crianças, adolescentes e até entre os mais “grandinhos”. Palavras aparentemente inofensivas, ditas muitas vezes de maneira despretensiosa, que podem causar efeitos devastadores e deixar marcas permanentes. Se ainda não se deu conta, estamos falando de bullying. 

Antes de entrarmos no assunto, porém, vamos à definição do termo. Ao digitarmos a palavra no principal site de buscas da Internet, encontramos o seguinte: “Bullying é uma palavra de origem inglesa que designa atos de agressão e intimidação repetitivos contra um indivíduo que não é aceito por um grupo, geralmente na escola. O bullying consiste em agressões e intimidações constantes. Zoeira, zombaria, bullying, xingamento, apelido, caçoar…”. É bem provável que agora você se recorde de algum episódio de sua infância que tenha lhe marcado profundamente. 

É bastante possível também que esses acontecimentos – ocorridos na sua mais tenra idade – tenham influência sobre os seus atuais padrões de comportamento. É o que explica o psicólogo Davi de Araújo Silva: “A criança ainda está desenvolvendo sua personalidade, sua identidade, e é nessa fase que o ser humano precisa que sejam sanadas suas necessidades emocionais básicas. Como nenhum outro indivíduo, a criança demanda afeto, proteção e segurança. Porém, quando ela é exposta a um contexto de violência, a exemplo do bullying, essas necessidades são comprometidas”. 

O resultado disso? De acordo com o terapeuta, a vítima pode ter seu desenvolvimento prejudicado, vindo a ter problemas quanto à aprendizagem e à comunicação, resultando em isolamento, medo e ansiedade. Mas, segundo ele, também é possível acontecer o contrário, o que não é nada positivo: “Já que não tem nenhum adulto ali para protegê-la, ela própria se ‘torna’ esse adulto, e aí o seu cérebro faz com que ela se desenvolva mais depressa. Então, ela tende a se tornar excessivamente preocupada, crítica, ansiosa, porque ela terá uma mentalidade que não condiz com sua idade”, esclarece. 

Criança oprimida, adulto complexo 

Davi de Araújo Silva é enfático ao dizer que “o que acontece na infância NÃO fica na infância”. Ele revela que muitos de seus pacientes adultos chegam na clínica inseguros, com baixa autoestima, demonstrando alta irritabilidade.Então”, ele garante, “é uma pessoa que foi vítima de bullying ou de algum outro tipo de violência durante a infância. É uma pessoa que precisa ser liberta, devendo compreender que, embora tenha sido vítima, essa violência não pode permanecer com ela. Está na história dela, mas não deve permanecer em sua vida”. 

E, não sabendo lidar com suas próprias emoções, esse adulto tende a não ser capaz de oferecer aos filhos a proteção que tanto necessitam.Eu costumo dizer que a gente não pode oferecer aquilo que a gente não tem. Então, se você não aprendeu a ser protegido, a ter segurança, a expressar suas emoções da maneira devida, como irá oferecer isso a alguém?!”, questiona. Foi pensando nisso que o Pr. Bruno Barroso, responsável pelo Ministério Infantil da Oitava, escreveu e lançou no ano passado o livro: Manual de Sobrevivência ao Bullying (meninos e meninas). 

A obra, de 94 páginas, reconta fatos observados pelo próprio pastor e algumas experiências por ele sofridas na pele em seus tempos de escola. Não se trata nem de longe de um livro técnico, chato, cheio de notas de rodapé, como ele mesmo descreve. A ideia é ajudar a criança “a se fortalecer, enxergar melhor os fatos e lhe fazer observar que você é uma pessoa única, fantástica e não precisa sofrer tanto com palavras ou bullying de alguém” (Barroso, 2023, p. 9). Tudo isso por meio de uma linguagem extremamente simples, descontraída e informal, auxiliada por belas ilustrações, também de sua autoria. 

Adquira já e presenteie seu filho! 

O “Manual de Sobrevivência ao Bullying (meninos e meninas)” está disponível na livraria da Oitava e pode ser adquirido ao valor de R$ 30,00. Ao ler o livro, seu filho aprenderá a lidar melhor com os apelidos, brincadeiras de mau gosto e insultos que infelizmente são comuns no ambiente escolar. E isso, como já sabemos, impactará positivamente sua vida adulta, refletindo em sua futura família.