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MAIS INFORMAÇÃO, MENOS PRECONCEITO

Uma das datas comemorativas do mês de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Celebrado no dia dois, o marco foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem o objetivo de conscientizar a sociedade acerca do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e superar preconceitos. 

O TEA é um distúrbio que causa desordens no desenvolvimento neurológico. Segundo as informações do portal da associação Autismo e Realidade, “as pessoas com autismo possuem dificuldades na reciprocidade socioemocional, em comportamentos comunicativos não verbais e na interação social. Então, o modo de interagir com o mundo é diferente para essas pessoas”.  

De acordo com a instituição, as principais características do autismo são: deficiências sociais, dificuldades de comunicação, interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos. Essas características são apresentadas em distintos graus – leve, moderado e severo – de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). 

Em situações de autismo leve, por exemplo, “o transtorno pode demorar mais tempo para ser diagnosticado, pois costuma ser confundido com outros comportamentos, como timidez, excentricidade ou falta de atenção”. A identificação deve ser feita por especialistas, um neuropediatra ou psiquiatra infantil, por meio de avaliações e entrevistas, o diagnóstico é clínico – nada de exame de sangue ou raio-x. Entre 18 e 24 meses de vida já é possível diagnosticar, já que é uma condição presente desde o nascimento. 

Por esse motivo, o mais comum é um diagnóstico na infância. Entretanto, temos sim, nos últimos anos, um aumento de casos do reconhecimento em adultos, uma consequência do acesso à informação. Esse é o caso da Ingrid Pereira, membro da Oitava, diagnosticada aos 26 anos de idade. Com autismo leve, as principais características que ela apresenta são a dificuldade na comunicação e em socializar. “Já mudei de número [de telefone] várias vezes por não saber lidar com pessoas que tentam aproximar de mim e não perceberam ou ignoraram essas dificuldades”, conta.  

Ingrid relembra, com carinho, sua recepção aqui na Oitava. “Todos os lugares (áreas) que passei dentro da Oitava, me acolheram muito bem”, conta. Tão bem, que atualmente ela integra o Oitava Music, onde toca contrabaixo. Mais uma amostra de que na nossa igreja há lugar para todos.  

Esse é um tópico abordado pelo pastor Glauco Ferreira, pioneiro em inclusão de autistas e criador do Autismo na Igreja, projeto que promove conscientização, cursos e treinamentos sobre o assunto. Ao falar sobre a urgência e necessidade da inclusão de crianças e adultos autistas, ele enumera quatro benefícios da inclusão destes nas igrejas. São eles: Comunicação – o ambiente da igreja é “rico em estímulos sensoriais e múltiplas formas de comunicação”; Socialização – a socialização na igreja é inevitável e “favorece a aquisição de comportamentos socialmente esperados”; Diversidade – a convivência “promove o respeito e a empatia”; Aprendizagem – os diversos recursos utilizados e as múltiplas maneiras de ensinar auxiliam a aprendizagem do autista. 

A aceitação do autismo é o primeiro passo para uma sociedade e igreja inclusivas. O Evangelho deve ser acessível a todos; para tal, os recursos disponíveis – como mão de obra e tecnologia – devem ser utilizados de maneira que a Verdade seja compreendida por quaisquer pessoas.  

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É professor e deseja se capacitar sobre o assunto?  

Nos dias 21 e 22 deste mês, realizaremos, aqui mesmo na Oitava, um curso sobre autismo. É o CFCJ compacto – Curso de Formação de Professores de Crianças e Juniores. As palestras serão ofertadas de maneira presencial e online. Inscreva-se e participe!