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PATERNIDADE: SAUDADE, GRATIDÃO E CONSOLO

“Quando acabou de dar essa ordem aos filhos, Jacó deitou-se de novo na cama e morreu, indo reunir-se assim com o seu povo no mundo dos mortos.” (Gn 49.33 NTLH)

Sempre que lembro do meu pai o faço com alegria, saudade e gratidão. Alegria, pois ele era um homem muito divertido. Do auge dos seus 1,60m dizia que “um homem se mede pelo tamanho da sua experiência”. Seu Jorge estava sempre de bem com a vida. Homem simples e trabalhador que cuidou para dar aos seus oito filhos uma condição digna para viver. Saudades, pois não tem como não sentir a falta do meu pai. Apesar da distância da idade (sou o sétimo filho), fica sempre aquela sensação de que poderia ter aproveitado mais da sua companhia. Na verdade, somente depois que eu me converti, aos 20 anos de idade, foi que passei a procurar honrar e respeitar o meu pai de verdade. Gratidão por tudo aquilo que meu pai me ensinou, mesmo que muitas vezes sem palavras, mesmo que muitas vezes com umas boas “correiadas” (era o seu método de correção). Aprendi com o meu pai que o trabalho dignifica o homem, que a família é o maior bem que se pode conquistar, que é possível ser feliz vivendo de maneira simples e modesta.

Nem sempre é fácil lidar com a saudade. Saber que não mais poderemos desfrutar da presença da pessoa que foi responsável por nos gerar enquanto ainda estamos nesta longa estrada da vida… E ainda lidar com a dor da perda e da ausência. Saber que não mais nos veremos deste lado da história. A vida ainda segue para os que ainda vivem. Graças a Deus, o sentimento que impera é o de profunda gratidão. Meu pai foi um homem de verdade que transmitiu aos seus filhos os valores fundamentais para se viver uma vida digna.

Além disso, o bom da história é saber que temos um Pai aqui presente conosco. Deus nos prometeu a Sua preciosa companhia todos os dias. Ele disse que sempre estaria com a gente em todos os momentos. É justamente por isso que a gente pode ressignificar a nossa história e usar da própria experiência para ser instrumento de bênção para aqueles que hoje precisam lidar com a dor da perda do pai terreno. O mesmo Deus e Pai que consola os nossos corações também deseja nos usar para consolar a vida de outros.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” (2 Co 1.3-4 ARA)

Para você que não teve um pai presente ou você que já tenha perdido o seu pai, saiba que você pode transformar a sua experiência em algo que vai abençoar a vida de muitas outras pessoas. Fale das suas experiências, conte a sua história, revele aos outros as marcas que estão no seu coração. Cuide para que as suas lembranças não fiquem te punindo ainda mais. Aceite aquilo que você não pode mudar. Encha o seu coração de gratidão pela bênção de ter sido gerado por alguém. Receba toda a consolação que só o nosso Pai celestial pode nos conceder e, enquanto Deus cuida do seu coração, seja você também um instrumento de consolo para tantos outros.

– Pr. Adelchi Rangel – Pastor Auxiliar