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TENDE PAZ COM TODOS

“EMPREENDEI TODOS OS ESFORÇOS PARA VIVER EM PAZ COM TODOS.” (RM 12.18 – KJA)

Foto: Internet

É desafiador abrir mão daquilo para o qual envidamos esforços. Ninguém gosta de “perder a razão”, mesmo quando o dito popular assegura que “ter razão e ser feliz” não são coisas que caminham juntas. A verdade é que por sermos dotados de alguma “certeza interior”, não queremos perder para argumentos contrários aos nossos. Assim sendo, os relacionamentos podem se tornar férteis campos para desavenças.

Tem gente que é movida por briga. Mesmo aqueles que “dão um boi para não entrar”, passam a donos de convicções beligerantes. Belicoso “de carteirinha”. Conhece alguém assim? Pois é. No meio cristão convivemos com todas as possibilidades e pessoas. Conflitos são uma realidade. Muita gente boa “rachou” relacionamentos por conta de um mal-entendido ou uma palavrinha “mais forte”, esquecendo-se que essa “suscita ira” (leia Pv 15.1).

É interessante e, ao mesmo tempo, intrigante pensar que no meio cristão as desavenças e mal entendidos possam encontrar espaço. Não deveria ser exatamente o contrário? “…com vocês não é assim”, disse o Mestre Jesus (leia Mt 20.26a). Movidos pelo amor fraternal, devidamente instruído e instituído como mandamento das Sagradas Escrituras, os “litígios” entre irmãos da fé não deveriam prosperar. Afinal, invocamos por Pai o mesmo e único Deus, não é? Contudo…

O apóstolo Paulo destaca que irmãos da igreja de Corinto levavam seus compatriotas às barras da justiça humana. Isso por si só se traduzia em “grande derrota” e pior: eram os juízes homens incrédulos. Não seria melhor sofrer o dano? Passar pela injustiça? Ficar com o prejuízo? (leia 1 Co 6.1, 4, 7). Nem sempre se tem disposição para isso tudo. Não estamos “a fim” e, num julgamento pessoal, atulhado de razões das quais não queremos nos desfazer, optamos por contender.

De igual maneira, Pedro recomendou aos irmãos da igreja na Ásia Menor, hoje Turquia, que fossem “fraternalmente amigos, humildes e misericordiosos” (leia 1 Pe 3.8 e 11). Uma decisão tomada em ambiente de contenda separou Ló de Abrão, empurrando aquele para um lugar de tragédia desenhada (leia Gn 13.1-13). Mesmo diante da palavra pacificadora do parente mais velho, Ló, sob os holofotes da justiça pessoal (temperada com certa dose de ganância), optou por romper com relacionamento próspero de anos, estendeu os olhos e avançou os pés, a passos largos para o lugar da maldade, da destruição.

Afinal de contas, como superar desavenças, malentendidos, rompimentos e outras questões de mesma ordem entre irmãos? Sugiro refletirmos sobre algumas posturas que podem ser adotadas. A primeira delas nos conduz ao exercício do amor, que deve permear os relacionamentos. Considere que é o mandamento daquele que nos amou primeiro, Jesus Cristo, conforme se observa em Mt 22.39; Lc 6.32-38, e isso passa a ser mais do que suficiente para adoção de comportamento mais manso e postura diversa. A outra, porque se nos tornamos novas criaturas pelo poder do Evangelho e obra do Espírito Santo de Deus, mansidão, domínio próprio, paz e bondade são características de alguém que se diz de Cristo (leia Gl 5.22). Também o espírito pacificador, porquanto os pacificadores serão chamados “filhos de Deus” (leia Mt 5.9). Nessa condição (de filhos), o que se espera (expectativa) são atitudes que caracterizarão aqueles que desfrutam de prerrogativas e deveres, dos quais o principal é o amor, única dívida que se deve ter (leia Rm 13.8).

Por fim, a busca incessante pela unidade no e como Corpo de Cristo, com a valorização mútua do irmão, completando as alegrias uns dos outros (leia Fp 2.1-2). Certamente que, agindo dessa maneira, à luz das Escrituras, nossa regra de fé e prática, crescemos em valiosa e desejada comunhão. As diferenças serão superadas e mesmo vencidas, cada qual buscando a paz e esforçando-se por alcançá-la (leia 1 Pe 3.11), sabendo que o bom testemunho cristão resulta em glória para o Reino de Deus (leia Mt 5.16) e que os mansos herdarão a terra (leia Mt 5.5). Oremos por dias de unidade. Oremos por uma igreja bem estruturada na Palavra de Deus, no amor fraterno e na misericórdia. Paz sobre Israel (leia Sl 128.6).

Lic. Edson Gonçalves