UM DIA DAS MÃES DIFERENTE
Uma mesa farta e cheia de pessoas importantes. Um dia especial, com passeios, sobremesa e abraços carinhosos. Assim é o tradicional Dia das Mães para muitos. Por outro lado, um dia de lembranças, reflexão e muita saudade, para outros. Mas neste ano, devido à quarentena causada pelo Coronavírus, muitos experimentarão o primeiro Dia das Mães à distância.
A experiência não é novidade para Keli Alexandra Pereira, 42, empresária e membro da Oitava Igreja em Betim. Há 15 anos ela vive o segundo domingo de maio longe fisicamente da mãe, Dona Evelina, 66, que mora nos Estados Unidos. Ela conta que o primeiro dia das mães distante foi o mais difícil, mas a falta foi suprida por um alegre presente: também tornou-se mãe. “Com nascimento da minha filha Ana Clara, que, para acalentar meu coração, no ano em que nasceu (2004), o dia das mães foi em 09/05, e ela nasceu no dia 12/05. Estávamos muito eufóricos com a chegada dela”, lembra.
Além da mãe, a sogra de Keli também mora no país norte-americano há 22 anos, deixando a data com ainda mais saudade para a família. E mesmo após tantos anos, a sensação de falta persiste, reforçando a importância não só da data, mas da união: “Mesmo vivendo longe há tanto tempo, não conseguimos nos acostumar com o vazio desta data. Pois não temos aqueles almoços de domingo, em que a família se reúne para confraternizar o dia das mães. Não temos fotos dessa data, isso é o que dói mais”, afirma.
Para encurtar a distância e diminuir pelo menos um pouco da saudade, a família conta com a tecnologia, grande aliada na comunicação à distância. E já está tudo programado: no dia 10 de maio, a reunião será pela internet, conversando pela câmera: “Não é a mesma coisa, mas diminui a saudade”, comenta Keli.
Outra família, desta vez da Cristina, 53, empresária e membro da Oitava Igreja em Matozinhos, pretende passar o Dia das Mães perto, mas ao mesmo tempo, mantendo a distância da mãe, Dona Judite, 96. Seguindo todas as recomendações para evitar o contato, a data será diferente na casa, sem os tradicionais abraços e beijos na mamãe, mas com um almoço para não deixar ninguém solitário no dia especial.
Para Cristina, mesmo vendo a mãe, o sentimento de angústia ainda se faz presente, pois impede o contato físico com a matriarca e o dia não é a mesma coisa: “Sem poder sentir o calor do colo dela, sentir seu cheirinho”. Mas ela também planeja, após o fim da quarentena, um encontro bem especial e cheio de contato: “[Vou] enchê-la de beijos”, exclama.
O conselho de Keli Alexandra é que as pessoas que estão distantes das mães nesta quarentena, esperem em Deus um breve reencontro, e quando este dia chegar, ela diz: “Quando puderem deem muitos abraços, muitos beijos e [tirem] muitas fotos em família. Que orem ao redor da mesa em um simples almoço de domingo. Isso faz toda a diferença”, enfatiza.
Keli acredita que mesmo vivendo tempos difíceis, é preciso crer que o Senhor tem o melhor para nós. Ela deixa uma mensagem para as famílias separadas ou distanciadas pela quarentena em uma data tão emotiva e importante: “A todas as mães que estão longe dos seus filhos neste dia das mães, quero deixar um abraço apertado sem os braços serem entrelaçados, um beijo sem aquele estalo gostoso, mas a certeza que dias melhores virão e poderemos novamente estar juntos”, reforça.
Cristina também finaliza com uma homenagem àquelas que dão vida e a vida por seus filhos: “Feliz dia das mães a todas essas guerreiras que, mesmo estando só, sabemos que o coração está com seus filhos. Ser mãe é o maior presente que Deus pode dar a uma mulher. Abençoada és tu. Deus a abençoe”, declara.
Neste dia das mães, perto ou longe, pessoalmente ou por uma ligação, uma chamada de vídeo, parabenize sua mãe ou uma mãe de sua família. Abençoe-a e agradeça o tanto que tem feito em sua vida. Às mamães, um feliz dia e muitos abraços virtuais!