O BOM SAMARITANO
A parábola do bom samaritano revela o contraste entre Deus e os homens, entre o evangelho de Cristo e a religiosidade humana, entre a sabedoria de Deus e a nossa loucura.
Como nessa parábola, na maioria das vezes, temos nossas preferências pessoais, fazemos acepção de pessoas e valorizamos apenas a quem conhecemos. O Senhor Jesus nos ensina a olhar para o nosso próximo, mas quem é o meu próximo? Essa foi a pergunta do religioso naquela conversa.
O Mestre responde a essa pergunta contando a parábola do bom samaritano. Um homem que havia sido roubado, espancado e deixado quase que morto, estava caído à beira do caminho precisando de ajuda. Passaram dois homens religiosos, um sacerdote e um levita, e nenhum deles se compadeceu daquele homem caído. Finalmente, veio um samaritano, que nem era muito querido pelos judeus, e parou para ajudar. Esse samaritano se compadeceu, levou aquele homem para uma hospedaria e pagou por sua recuperação. Quando tentamos responder à pergunta de Jesus sobre quem foi o próximo nesta história, somos tentados a responder que o próximo era o homem que necessitava de ajuda, mas a tônica de Cristo foi outra.
Note bem que o Redentor não disse que o homem caído e quase morto era o próximo do samaritano, mas que o samaritano era o próximo do homem caído. Isso faz toda a diferença, pois o caído não tinha a menor condição de se aproximar de alguém, mas o samaritano tinha toda condição para isso e o fez! Os dois religiosos que passaram antes estavam mais caídos do que o homem caído, estavam mais mortos do que o homem semimorto. Eles não ajudaram! Os religiosos não foram o “próximo” para o homem caído, mas o samaritano sim!
Ao dizer que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos, Jesus está dizendo que temos que amar primeiro aqueles que demonstram ser o nosso próximo, aqueles que nos ajudam, que nos acompanham, aqueles que nos amam, e que querem o nosso bem. O seu próximo é a sua esposa, o seu marido, os seus filhos, os seus pais, os seus irmãos, os seus amigos. São todos aqueles que estão sempre prontos para ajudar e abençoar. O próximo é sempre aquele que olha, que cuida, que se compadece, que se doa e estende a mão. Nesta parábola, temos o costume de pensar que o próximo era o homem caído, mas não! O próximo foi o que ajudou, o que estendeu a mão. Jesus disse que temos que amar o nosso próximo como a nós mesmos. Que ensino maravilhoso!
Valorize, ame e abençoe a todos que passarem por sua vida, mas de forma especial, aqueles que caminham contigo, aqueles que te ajudam, que te entendem, que te abraçam!
A ordem de Jesus é composta de suas proposições: “Ame a Deus sobre todas as coisas”, e “ame o próximo como a ti mesmo”. Não desfaça de sua família por causa dos de fora. Não priorize os distantes diante dos que estão perto. Não supervalorize o estranho em detrimento dos que fazem parte de sua vida. A Bíblia diz que temos que fazer o bem a todos, mas especialmente aos da família da fé. Diz também que aquele que não cuida dos seus é pior do que o incrédulo e negou a fé.
O samaritano optou em ser o próximo do homem caído, mas o homem caído não teve opção de não ser o próximo do samaritano. O debilitado quase sempre não tem opção, precisa sempre de ajuda. Aquele que necessita de mais cuidado deve ser sempre o alvo de compaixão dos que estão caminhando melhor. Ser religioso não significa ser servo de Deus. Os dois religiosos estavam mortos em suas religiosidades a ponto de valorizar mais os seus ofícios do que o pobre caído. O Evangelho de Cristo nos ensina a valorizar as pessoas mais do que as coisas e ver em cada pessoa que passar pela nossa vida a possibilidade de ser o nosso próximo, e nós, o próximo dela.
Olhe com cuidado e atenção para os que estão à sua volta e estenda a mão sempre. Nunca se esqueça de reconhecer com gratidão aqueles que te ajudaram na caminhada, pois estes foram, um dia, o seu próximo!
Pr. Eloízio Coelho
Pastor Auxiliar