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“Ser crente não consiste na simples obediência a certas leis e critérios de uma denominação evangélica, mas no viver contínuo em amor com o Pai, numa subordinação total a Deus. A vida Cristã, se necessário fosse, poderia ser definida numa só expressão: Relacionamento com Deus. ‘Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles esteja.’ (Jo 12.26). Diante daquilo que Deus espera de nós, somos estimulados a fazer constantemente uma análise introspectiva para que não sejamos surpreendidos e enganados pelos laços do pecado: ‘Antes exortai-vos uns aos outros todos os dias no tempo que se chama hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado’ (Hb 3.13).

Livres de quaisquer preconceitos impostos, quer pelo ‘status social’, eclesiástico ou econômico, vejamos quais as evidências de um coração desviado:

A formalidade é evidência de que tudo está sendo feito de uma maneira repetitiva, fruto do hábito e não de um coração cheio do Espírito. A liturgia é obedecida rigorosamente, as palavras impressionam, os gestos chamam a atenção, mas falta o precioso aroma da presença de Deus. As ações passam a ser medidas não mais objetivando a glória de Deus, mas a autopromoção. Não fora a satisfação do próprio eu, muitos desviados já teriam abandonado a igreja.

A escravidão religiosa é mais uma evidência de um coração desviado. Deus não aceita o serviço daqueles que os servem por obrigação. Ele só aceita o serviço feito em amor. O desviado age pensando em agradar seu próprio eu, mas acha difícil fazer algo por amor.

Um temperamento explosivo indicará sempre que o coração continua indomável, denotando que não está sob controle de Deus. Quando o coração está inundado de amor pelo Espírito Santo que agora nele habita, estará sempre controlado. A temperança e o autocontrole são frutos do Espírito. O crente que não reflete cada vez mais a Cristo na sua maneira de viver está caído, pois no reino de Deus não há ninguém estagnado: ou crescemos ou caímos. Não há lugar para amorfos.

O desinteresse pela Palavra de Deus mostra que o coração está longe do Senhor. Quando o coração está cheio de amor de Deus, não há livro mais precioso que a Bíblia. Entretanto, quando o amor é negligenciado, a Bíblia parece não somente enfadonha, mas até repulsiva. O desviado pode conhecer versículos decorados, pode muitas vezes ler as Sagradas Escrituras, mas tudo feito sem vida; ele não sabe abeberarse do manancial de águas vivas da Palavra de Deus. As Palavras do Senhor já não lhe ‘refrigeram a alma’, seu coração já não tem sede de cada vez mergulhar mais nas páginas do Livro Sagrado. Essa pessoa está desviada e ainda não percebeu.

A negligência na oração particular é uma clara prova de naufrágio espiritual. Um crente que não ora não está com seus olhos voltados para Deus. É possível ser crente e não saber cantar, mas é impossível ser crente e não saber orar. O desviado pode saber elaborar belas orações em público, saber dizer frases corretas, entretanto, Deus sabe que tudo não passa de um ato litúrgico; Deus sabe que ele não tem uma vida no altar, pois sua vida não tem tempo para ficar aos pés do Senhor.

Sejamos rápidos em nos aproximarmos do Pai. Deus de maneira nenhuma deseja que nossa fé seja inerte, mas impulsionada pelo Espírito Santo em direção ao alvo que é Cristo. Acheguemo-nos a Ele certos de que ‘de maneira nenhuma os lançarei fora!’ e de que ‘se andarmos na luz como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho nos purifica de todo pecado’ (I Jo 1.9). Amém.”

Texto produzido pelo Rev. Wilson de Souza, pastor titular da Oitava Igreja entre os anos 1978-1986. Faleceu em 1989. Não teve nenhum livro publicado. Era um pregador fervoroso, um pastor de ovelhas, um leitor voraz e um hábil escritor. Com a liderança pastoral de Rev. Wilson, tivemos um ponto de inflexão para o crescimento integral da Oitava Igreja. O texto acima foi resumido e adaptado.

Pr. Jeremias Pereira

Pastor Titular