COM JESUS, EM MISSÃO: regresso, reencontro e renovação
O nosso modelo é estar “Com Jesus, em missão”. Esse também foi o tema do IV Congresso Missionário Ibero-Americano, ocorrido em agosto, em Bogotá – Colômbia. Jesus nos convida a segui-Lo, caminhar em comunidade, crescer em compromisso, frutificando e vivendo todo o evangelho entre os povos.
Missão inclui unidade na diversidade. Foi unindo esforços e dons diversos que o evangelho se expandiu entre os judeus, chegando aos gentios e até os confins da terra. Pessoas comuns – pescadores, coletor de impostos e médico – formaram a primeira equipe missionária, chamada e preparada por Deus para a tarefa de serem pescadores de homens.
Tanto os Doze quanto os Setenta discípulos seguiram o exemplo de Jesus: multiplicaram o Seu ensino, plantaram igrejas, fizeram novos discípulos que chamaram outros e sempre que concluíam a missão designada por Deus, regressaram ao Senhor.
O regresso nos conecta com Jesus, o Senhor da missão
Regressar significa voltar ao ponto de partida. Somente retorna quem concluiu a missão. Ao voltarem, os 70 contaram a Jesus tudo o que havia acontecido, ocasião em que receberam um necessário conselho (Lc 10.17-20). Há coisas importantes que esquecemos ao longo da jornada que, somente retornando a Cristo, é possível obter ou recuperar. Esse regresso é fundamental para clarear as prioridades do Reino, reforçar a intimidade com o Enviador e recuperar o sentido de que somos mensageiros do evangelho de Jesus.
Encontrar com Jesus é voltar ao que é essencial e o que dá sentido à nossa vida. Certamente, nessa união receberemos o respaldo Dele, que é mais importante do que o testemunho de fatos ocorridos no campo.
Não somos autossuficientes, por isso é preciso voltar e reconectar com quem nos enviou. A obra de Deus não depende de nenhum poder humano, por maior que pareça, mas unicamente Dele. A revelação do evangelho e a salvação pertencem a Deus (Ap 7.10; Rm 1.16).
O retorno é necessário para recuperarmos o enfoque ministerial
O texto bíblico de Lucas 10.17-20, diz que os 70 apóstolos voltaram alegres após a conclusão da tarefa de alcançar todas as cidades ao Sul da Galiléia. Sua motivação baseou-se no fato de os demônios se submeterem a eles, pelo poder do nome do Senhor (Lc 10.17).
Contudo, os discípulos precisavam se concentrar na sua prioridade. Naquele encontro, Jesus os ensinou que a salvação e a revelação do evangelho são mais importantes do que o poder sobre os espíritos maus (Lc 10.20) e que sua felicidade deveria ser baseada no fato de seus nomes estarem arrolados no Céu.
O retorno a Jesus nos lembra que a salvação pertence a Deus, é obra da soberania divina, assim como o chamado e a escolha dos seus discípulos, cabendo a nós o privilégio de sermos cooperadores com Ele. Nos permite, também, prestar contas e avaliar o ministério com vistas à atualização, melhoria ou até mesmo a manutenção das estratégias missionárias.
O retorno nos renova física, espiritual e emocionalmente
Voltar para estar com o Mestre é receber renovo integral. Os apóstolos regressaram cansados e necessitavam de uma pausa para recarregar as energias. No encontro, foram lembrados de que, inicialmente, o seu chamado foi para estar com Jesus.
Para Deus, o mais o importante não é aquilo que fazemos, mas o que somos no Seu Reino. Cristo se preocupa com cada um de nós, por isso, podemos depositar sobre Ele o nosso cansaço, dúvida ou luta: “…lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7).
Missão, somente na companhia de Jesus
“Quero voltar ao início de tudo. Encontrarme contigo, Senhor. Quero rever meus conceitos, valores. Vou regressar ao caminho. Vou ver as primeiras obras, Senhor. Quero voltar ao primeiro amor”. Que essa música seja a nossa oração, nos colocando em obediência e dependência ao Deus da missão.
Célia Laranjo
Presidente do Conselho Missionário