Experimente o verdadeiro contentamento
Se há algo na vida com que nos acostumamos é com a comparação. Quando vamos pesquisar algo para comprar, comparamos marcas, qualidade, preço, durabilidade, etc. A vida é assim. Valorizamos o que julgamos ser melhor e nos sentimos atraídos por aquilo que gostamos.
Um dos grandes perigos da vida é quando trazemos essa comparação para dentro de nossa vida pessoal. Comparamos pessoas com pessoas, e, especialmente, outras pessoas conosco mesmos. Atribuímos valor aos outros por causa de sua beleza, dinheiro, diplomas…, e como sempre encontramos gente com mais desses atributos do que nós mesmos, corremos o risco de tal comparação ser o campo fértil para que a inveja se instale. Abrimos mão da gratidão por aquilo que temos para passar a desejar o que é do outro ou, o que é ainda pior, desejamos que o outro perca o que tem, pois sua felicidade, sucesso e bem-estar chegam a nos incomodar.
Para vencer tal sentimento, precisamos aprender o que a Bíblia chama de contentamento, como nos textos de Lucas 3.14; Filipenses 4.11-13 e 1 Timóteo 6.6-10, que nos desafiam a não sucumbir às pressões do secularismo e dos valores mundanos. À luz desses textos, gostaria de sugerir alguns passos bem práticos para que vivamos em verdadeiro contentamento:
Confie na providência de Deus. A maior dificuldade para se andar contente com a vida é a insegurança quanto à provisão para a vida. Se você não está seguro que tem um Deus que cuida de você, nada vai satisfazê-lo. E assim, esse buraco no seu interior vai fazer com que qualquer coisa ou pessoa que passar na sua frente provoque um sentimento de desejo pelo que não tem. Essa provisão divina não é só no campo espiritual, mas envolve também as áreas física e emocional.
Contente-se em ser você mesmo. Quando crianças, sonhamos em ser um bombeiro, uma professora, um astronauta. Crescemos um pouco e queremos ser aquele jogador de futebol, aquela atriz de cinema… Mas a maturidade chega quando passamos a querer ser nós mesmos, pois entendemos que Deus nos criou para um propósito, e esse propósito é maravilhoso. Se, já crescidos, ainda queremos viver a vida de outra pessoa, isso é um grande sinal de imaturidade. Nós não buscamos a Deus apenas para a salvação da nossa alma, buscamos para aprender Dele quem nós somos, para que existimos, quais os Seus planos para nossa vida. Aí passamos a nos aproximar de um verdadeiro contentamento.
Satisfaça-se com menos do que você imagina precisar. Um fato: estamos mergulhados numa sociedade de consumo, e onde quer que formos, somos cercados de apelos para ter, comprar, consumir. De modo geral, temos mais do que realmente precisamos, e aquilo que mais nos atrai é o que provavelmente sobreviveríamos sem. E o pior: nem percebemos, mas estamos jogando o jogo dos outros. Só os outros ganham ao alimentar esse nosso desejo. E muitas vezes caímos na provocação social, onde muitos à nossa volta alimentam seus próprios egos ao trocar de carro, casa, comprar roupas e joias. E nós caímos igual a patos nesse joguinho infantil.
Em vez de querer o que o outro tem, abençoe. Toda enfermidade precisa de tratamento. Seja ela física, emocional ou espiritual. A Bíblia nos mostra como tratar a inveja: é com a generosidade. Enquanto a inveja nos impulsiona a querer o que é do outro como bênção minha, a generosidade é o antídoto que nos faz doar o que é nosso para abençoar o outro.
O contentamento bíblico está longe de ser uma acomodação passiva, mas um sentimento de gratidão a Deus por tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá, nunca descartando o desejo e a busca pelo constante crescimento.
Se você identifica uma falta de contentamento em sua vida que dá lugar à inveja e outros sentimentos negativos de comparação em relação ao outro, busque de Deus um genuíno arrependimento, para que seu coração encontre novamente a alegria da provisão de Deus e restaure em sua vida a confiança de que o Senhor, em todo o tempo, tem o cuidado necessário para sua vida.
: Pr. Luís Fernando Nacif Rocha
Pastor Auxiliar