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Entrevista com: Damares Braga

Fechando a semana de entrevistas com mulheres, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, temos a entrevista com Damares Braga, administradora da Oitava Igreja há 20 anos. Ela nos contou sobre a sua experiência profissional e seu sonho. Leia abaixo:

Quais diferenças você percebe na vida de uma mulher hoje em dia, em comparação à época em que você entrou no mercado de trabalho, por exemplo?

Quando eu entrei no mercado de trabalho, essa área de administração era muito mais direcionada a homens. Para você ter uma ideia, a minha sala de faculdade tinha 40 alunos, entre esses, oito eram mulheres. Era predominantemente masculino. E você era vista com uma certa desconfiança, principalmente quando você tinha um cargo de chefia.

Eu trabalhei em empresas multinacionais e eu tinha cargo de chefia, trabalhava com homens, então você tinha que ter uma postura para ter o respeito dessas pessoas. Você tinha que mostrar muito além da sua capacidade para eles acreditarem que a mulher era capaz de fazer.

Isso mudou muito. Apesar de que ainda tem muito preconceito contra esse trabalho desenvolvido pela mulher. Mas, bem menos do que há 30 anos.

Como é liderar uma equipe sendo uma mulher, tendo em vista que você coordena muitos homens? Você já enfrentou algum tipo de preconceito?

Para mim é muito tranquilo, eu não tenho nenhuma dificuldade. Eu sempre liderei homens, então para mim isso foi tranquilo. Porque o importante é a sua capacidade, é você saber se colocar para o homem ter respeito pelo seu trabalho, ter respeito pela sua pessoa, independente de você ser mulher.

Para você, o que é uma mulher virtuosa?

Mulher virtuosa é uma mulher que depende totalmente de Jesus. Você saber ser mulher, ser mãe, ser profissional e sem perder a essência de ser uma mulher que depende de Jesus.

E uma mulher forte?

Uma mulher forte é totalmente dependente de Jesus, ela acreditar que a força que ela tem vem do Senhor, que é o Senhor que dá. Porque a gente sofre, tem decepção, tristeza, tem os nossos questionamentos, as nossas frustrações, tudo de um ser humano normal, mas a diferença é que em Jesus nós podemos ter tranquilidade, paz, segurança para lidar. É um descanso.

Quais os desafios da mulher atualmente?

Eu vejo um desafio hoje para mim. Depois de tantos anos, você se manter aberta para as mudanças que têm no mercado de trabalho. Porque na minha idade, você competir com gente muito mais jovem, que pode não ter a experiência que eu tenho, mas tem uma bagagem tecnológica muito maior do que a minha. Isso é um desafio, é se manter atualizada. Você não sabe nada, todo dia você está aprendendo. Um longo aprendizado. E você estar com a mente aberta para mudanças, para ouvir o mais jovem, aprender com o ele. Eu acho que uma dificuldade da pessoa da minha idade é você assim “nossa, eu vou aprender com fulano, uma pessoa tão nova”. E tem muita coisa para ensinar.

Como você enfrenta esses desafios?

Eu ministro isso para mim mesma, que eu não sei nada. Eu tenho sempre que estar aprendendo. Isso é um desafio. E isso é maturidade também. Eu todo dia peço a Deus: “me dê um coração aberto, um coração quebrantado”. Principalmente aqui na igreja, a gente precisa disso redobrado.

Eu trabalhei em uma empresa siderúrgica. Eram 600 funcionários e 40 mulheres, no máximo. E eu trabalhava dentro de fábrica. Colocava capacete e botina e ia para a fábrica. Sempre tive total respeito do pessoal. Chegava na fábrica, cumprimentava todo mundo. Esse é o meu estilo de ser, procurava me interessar pela família, perguntar como que ia. E foi muito tranquilo porque eu aprendia também. Eu acho que qualquer profissional tem que ter respeito pelo seu liderado, porque se ele não tiver respeito pelo seu liderado, ele não vai ter respeito. Ele pode te obedecer na sua frente, mas nas suas costas ele não vai fazer isso.

O que você deixa como recado para as mulheres?

O meu desejo é que cada mulher se encontre em Jesus. Porque eu sempre falo para os meus filhos que eu quero ser uma mulher que quando alguém falar assim: “quem é uma mulher de Deus?”, eles pensem primeiro em mim. E eu quero isso também para o meu neto, que ele veja em mim sempre uma mulher de Deus. E uma mulher de Deus que tem todos os seus problemas, todas as suas dúvidas, mas ela aprendeu que ela depende do Senhor.