Como formigas

Foto: Rio 2016 / Gabriel Heuri
Na próxima sexta-feira, os jogos Olímpicos Rio 2016 completam duas semanas. Apesar dos problemas estruturais e sociais relacionados às Olimpíadas, até agora os jogos estão cativando tanto brasileiros quanto delegações e turistas, recepcionados calorosamente em nosso país.
Sem entrar em méritos sobre o evento, pois é cercado por uma série de questionamentos e polêmicas, podemos aproveitar essa oportunidade para avaliar e fazer um paralelo entre o esforço de um atleta olímpico e as atitudes dos homens diante do poder de Deus .
Os atletas que disputam Olimpíadas têm uma vida voltada para a modalidade que praticam. O nadador norte-americano Michael Phelps, por exemplo, pratica natação desde os cinco anos de idade. Ele treinava mais de cinco horas por dia, seis vezes por semana, e chegou a nadar 75 quilômetros por semana. Nesta edição dos jogos ele se tornou o maior medalhista olímpico de todos os tempos, acumulando 23 medalhas de ouro.
Phelps passou por altos e baixos em sua carreira, mas uma das coisas mais marcantes na trajetória do atleta foi a sua dedicação, determinação, disciplina e gosto pelo que fazia. Apesar de problemas pessoais, ele saiu da zona de conforto. Assim como outros milhares de atletas, o nadador se dispôs e, mesmo ciente do talento que tem, ele treinou, se esforçou e fez a sua parte.
O seu porte físico colaborou para o seu sucesso na natação e, com certeza, a sua preferência pela água também foi determinante para ele seguir nesse caminho. Mas, Michael Phelps não parou por aí. Ciente de que também era responsável pela carreira, ele se doou para o seu sonho.
Como cristãos, sabemos da soberania de Deus, e por ela damos graças. Cremos e confiamos que Ele é onisciente, sabe de todas as coisas; que Ele é onipotente, tem poder sobre todas as coisas. Mas isso não quer dizer que Ele tomará atitudes por nós, que Ele fará aquilo que cabe a nós fazer; aquilo que foi determinado por Ele, mas que também conta com nossa ação.
Muitas vezes esperamos que o Senhor não só faça milagres, mas que Ele faça o que devemos fazer, como procurar um médico, tomar a medicação necessária, estudar para uma prova, ou buscar e se preparar para uma entrevista de emprego. De fato, em todas essas coisas somos dependentes de Deus, mas não estamos isentos de fazer o que nos cabe em cada situação. Ele nos capacitou para sermos usados por Ele.
Nos provérbios do Rei Salomão, há uma referência à formiga, um animal tão pequeno, mas que não espera “cair do céu” aquilo que elas conseguem fazer com as próprias forças, que também vem de Deus. Sobre as formigas, aprendemos desde a infância na Escola Bíblica, que “Deus não quer preguiçoso em sua obra”.
“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio; a qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador, no verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento no tempo da ceifa. O preguiçoso, até quando ficarás deitador? Quando te levantarás do teu sono?” Pv 6.6-11
O Senhor tem todo o poder, mas Ele usou homens nas mais diversas situações da Bíblia: Noé para construir a Arca; Moisés para tirar o povo do Egito; Davi para derrotar Golias; Maria para ser mãe de Jesus… e Ele mesmo se fez homem.
E hoje, será que temos usado todo o nosso potencial em nossos projetos? Será que estamos honrando o Senhor com todo o fôlego que Ele mesmo nos deu? Nós também somos participantes disso, temos a nossa responsabilidade. Devemos ser atuantes, como as formigas, sempre dentro dos decretos do Senhor.
Fonte: Sportv, Istoé.
| Ana Carolina Vitorino |