Renovando o fervor no testemunho
“Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.” (João 1.6-9)
Testemunhar: “Dar testemunho de; fazer declaração como testemunha; declarar ter visto, ouvido ou conhecido”. Muito usado no ambiente jurídico para se estabelecer a verdade dos fatos em um julgamento, o fato de se dar testemunho vai muito além disto. Todo dia, informalmente, damos testemunho de inúmeras coisas – se alguém pergunta com quem almoçamos, se conhecemos o fulano, se vimos a partida na noite passada. Podemos também testemunhar sem que pergunta alguma nos seja feita, se achamos que o que vimos, ouvimos ou conhecemos é de interesse direto de uma pessoa ou grupo de pessoas.
João Batista, por definição, era uma testemunha. Ele sabia de fatos importantíssimos para as pessoas que viviam em sua época, e num misto de profeta e arauto, ele anuncia a todos que uma pessoa muito especial estava chegando: o Messias. E assim, vemos nele algumas características que nos ajudam em nosso desejo de também sermos testemunhas de Jesus:
– Ele sabia quem o enviara: Apesar de agir no plano natural, ele sabia que fora enviado de uma forma sobrenatural, pois era “um homem enviado por Deus”. Quando temos plena consciência de que nosso testemunho é planejado e executado a partir de nosso relacionamento com o Senhor, recebemos de Deus uma injeção de renovo, ousadia e propósito. Não estamos testemunhando de algo que ouvimos falar em um passado distante, mas de algo que experimentamos em nosso relacionamento com Deus no Espírito. Não estamos sós, nem num projeto solo. Somos testemunhas do Altíssimo (Lucas 1.76).
– Ele sabia quem ele (não) era: Ser um profeta enviado por Deus não é para qualquer um. O próprio Jesus falou que dentre os nascidos de mulher não havia maior que João (Mateus 11.11). Mesmo assim, João sabia que o foco não estava nele. Ele era um coadjuvante da história da redenção, aonde só havia uma verdadeira luz: Jesus Cristo. Ao entendermos que não somos o foco do nosso testemunho, podemos confiar que “aquele que prometeu é fiel” (Hebreus 10.23), e não nos deixará à mercê. Ao contrário, o Espírito nos assistirá quando não soubermos como proceder (Lucas 12.11-12).
– Ele sabia que Deus o usaria: Séculos antes, o profeta Isaías falara daquele que prepararia o caminho do Messias. Mesmo sem entender o porquê, João cumpre seu papel, sabendo que Deus, em seus planos eternos, resolveu usá-lo de forma espetacular: para que todos viessem a crer na verdadeira luz. O ministério de João foi único em vários sentidos, mas o mesmo privilégio continua sendo nosso, pois não foi a anjos que Deus deu a tarefa de testemunhar, mas a homens, a nós. E que privilégio!
Deus continua levantando testemunhas, agora não mais de que o Messias chegou, mas que ele morreu na cruz, ressuscitou, e reina. E como João, somos enviados por Deus, humanos falhos (mas redimidos!), mas usados por Ele para a redenção de vidas. A nós nos cabe uma só coisa: testemunhar!
Pr. Luís Fernando Nacif Rocha | prluis@oitavaigreja.com.br