Por Ele, de inimigos a irmãos
Ame os seus inimigos, afinal, o primeiro inimigo foi um irmão.
Alguém que, de tão próximo, era filho do mesmo ventre.
O inimigo às vezes nasce fora de mim, por vários motivos. A respeito disso, não temos o que fazer. Não temos escolha! Apenas não foram com nossa cara, com nosso jeito, com nossa roupa. Culpa toda do outro por simplesmente você ser quem é. Alguns inimigos podemos ganhar de graça. Porém, às vezes, o inimigo nasce dentro de mim. Um sentimento que toma conta de minha mente e alma e me faz ver o outro como monstro, como antítese. Não como amigo, mas como adversário.
Foi assim com os dois primeiros irmãos, Caim e Abel. Outrora amigos, agora uma tragédia em família. Por causa dos sentimentos de um, o primeiro homicídio, então, é contado entre irmãos.
Precisamos confessar, pois a inimizade nasce dentro de mim, nasce em nós. E nasce do nada! Não vamos com a cara, com o jeito, com a roupa. Culpamos o outro por ser quem é. Arrumamos inimigos de graça. O sentimento tomou conta de minha mente e alma e vi o outro como monstro, como antítese, não como amigo, mas como adversário. Ele quer o que eu quero, desejado o que desejo, luta comigo por espaço, por minha luz ou por minha sombra. A inimizade nasce dentro de mim.
Precisamos acabar com isso. Com esse sentimento que muda o nome de outra pessoa para “inimigo”. Acabando, estaremos livres para seguir e amar. Quando o outro deixa de ser meu inimigo, mesmo que me considere como tal, ele não o será para mim.
Se eu não tiver inimigos, não serei inimigo de ninguém. Parece óbvio, mas só assim conseguiremos dar a outra face. Eu a dou porque sou livre e somente quem consegue amar um inimigo se torna filho de Deus. (Mt 5.45)
Ser considerado como inimigo por alguém não me força a ser inimigo de qualquer pessoa que seja, simplesmente porque foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Liberto dos pecados, liberto dos inimigos e livre para amar.
Portanto, a inimizade não deve germinar em mim. Devo, sim, tratar a inimizade como inimiga. Cuidar para que eu não me torne um vingador, um agressor daquele que deve ser alvo de amor. Amar o próximo é mandamento e amar o inimigo é o cumprimento desse mandamento em seu maior grau de sacrifício, e nisso está o louvor.
Precisamos, portanto, acabar com a inimizade que gera todas as demais. A inimizade contra Deus. Sim, sendo amigos de Deus, todas as demais inimizades poderão ter fim. Amar os inimigos é possível através do Espírito de Deus. Fomos reconciliados, éramos estranhos e inimigos, agora, porém, Ele, Jesus nosso Senhor, nos reconciliou no corpo da sua carne, nos uniu a Ele para que todos nós pudéssemos ser chamados filhos de Deus.
Éramos inimigos d’Ele, Ele, porém, nos amou.
Éramos inimigos e estranhos, Ele, porém, nos fez amigos e irmãos.
Sempre Ele, como sempre…
Pr. Bruno Barroso | prbruno@oitavaigreja.com.br