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Estudos e artigos

O desafio das cidades

Pr. Uedson Vieira

 

“… mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1.8

 

Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, toda a igreja de Cristo pôde reunir-se numa sala apenas. Ao tempo da sua ascensão, já eram 120. Dizem alguns historiadores que em menos de 70 anos já eram meio milhão de seguidores. De todas as eras da história, foi a era da corrupção universal. Mesmo assim, a igreja se espalhou pelos campos e pelas cidades, enfrentando todos os tipos de desafios que encontrava em sua trajetória missionária.

Fora da Judéia a idolatria reinava suprema; deusas e deuses, representando todos os estágios do vício, eram abertamente adorados em templos, altares e nichos de prata e ouro. Naqueles dias a escravidão dominava e só no Império Romano sessenta milhões eram escravos. Os pais idosos eram abandonados à morte pela inanição e filhos pequenos eram abandonados e assassinados. Os conceitos de lei moral eram violados quase sem consciência e sem qualquer impedimento.

Nesse contexto floresceu a Igreja de Cristo, embora não tivesse riqueza, prestígio, posição social ou política. Não contava com a força da educação formal, influência, literatura, ou qualquer outro recurso. A situação era ainda mais difícil porque o poder, os costumes e a opinião pública eram contrários aos discípulos de Jesus. Eles não tinham riqueza ou prestígio, nem ajuda das instituições estabelecidas. Sequer contavam com um local onde pudessem reunir sem ser constrangidos.

Mesmo assim, desde uma pequena vila na Judéia até Roma, a grande capital do Império Romano, a igreja avançava enfrentando enormes desafios como pobreza, escravidão, vício, idolatria, abandono de idosos e doentes. O segredo deles é que ouviram Jesus dizer: “…mas recebereis pode ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas….”.

Essa era a arma desses primeiros discípulos do Mestre. O poder do Espírito. Nada mais. Com essa arma eles enfrentaram todos os desafios e venceram. Escravos encontraram sua liberdade em Cristo e a igreja aumentou em cerca de 4 mil vezes o seu tamanho em pouco mais de meio século.

Vivemos hoje em cidades sobrecarregadas de pecado e de rebelião contra Deus. As pessoas são mantidas em completa escuridão espiritual na medida em que andam sem saber para onde vão, sem esperança e sem Deus no mundo. A falta de educação adequada, associada à desintegração familiar e falta de justiça, contribui fortemente para o crescimento da violência urbana. Isso fortalece os índices de assassinatos, imoralidade, exploração sexual, corrupção, abandono, drogas e alcoolismo. Tudo isso junto contribui para a construção de cidades cada vez mais violentas e ameaçadoras.

Precisamos olhar para nossas cidades e perceber seus grandes desafios. Essa percepção apontará para a necessidade de esforços especializados com diferentes grupos e frentes de trabalho. Estudantes, crianças, casais, idosos, dependentes de drogas, população faminta nas ruas, sem-teto, prostitutos e prostitutas, sem-família, sem-igreja, doentes, crianças abandonadas, refugiados, estrangeiros, desempregados, famílias em área de risco, tragédias, etc.

A Igreja é a testemunha de Cristo nas cidades, com todos esses desafios. É a igreja que tem a responsabilidade de levar a mensagem do evangelho que salva, mas também acolhe, aquece, ampara, protege e defende. Enquanto muitas organizações trabalham para curar feridas físicas, socorrer pessoas famintas, amparar órfãos, socorrer miseráveis em dias de tragédias, somente a Igreja poderá socorrer a alma dessas pessoas. O desafio, porém, é não socorrer somente a alma, mas a pessoa toda. É um grande desafio, mas contamos com um grande Deus que orienta, ilumina e capacita com o poder do Espírito Santo.