JONAS ANDANDO COM DEUS

“Depois disso, o Senhor falou pela segunda vez com Jonas, dizendo: ‘Vá à grande cidade de Nínive e avise seus habitantes do castigo que virá contra eles, como eu já havia ordenado a você’. Dessa vez, Jonas obedeceu à palavra do Senhor e foi para Nínive. Ora, Nínive era uma cidade muito grande, tão grande que uma pessoa levaria três dias para atravessá-la a pé. Jonas entrou na cidade, andou nela por um dia e começou a proclamar: ‘Daqui a quarenta dias Nínive será destruída’. O povo creu em Deus, e decidiram proclamar um jejum, e todos os habitantes, desde o maior até o menor, vestiram-se de panos de saco.” (Jonas 3.1-5)

A gente corre o risco de desenvolver um pensamento romantizado sobre o que seria andar com Deus. Mesmo sabendo que o bem mais precioso que possuímos é a presença do Senhor, mesmo sabendo que o melhor lugar para se estar é no centro da vontade d’Ele, nem sempre ficamos tão felizes e empolgados quando isso acontece.

Com muita naturalidade e facilidade desviamos o nosso foco da bênção que é andar na presença de Deus. Se formos sinceros, temos que reconhecer que os nossos principais desejos estão mais voltados para satisfazer nossas próprias vontades do que em andar de acordo com a vontade do Pai para as nossas vidas.

A história de Jonas nos ensina que, andar com Deus é algo desafiador, especialmente quando o Senhor decide fazer algo que não concordamos e, ainda por cima, Ele decide nos usar para cumprir os Seus soberanos propósitos. A primeira reação de Jonas foi a de fugir da presença de Deus (Jn 1.3), assim como muitas vezes nós também fugimos. Somente depois de passar por tudo o que passou, depois de ter chegado no fundo do fundo do poço, Jonas decidiu realinhar a sua vontade com a vontade do Senhor.

Jonas conhecia Deus, seu Criador; ele era profeta, filho de profeta, israelita, mas mesmo assim teve que experimentar uma angústia profunda até reconhecer que a sua melhor opção era andar na presença de Deus. Como seria bom se não precisássemos passar por situações desse tipo até chegar a essa conclusão. O Senhor, como sempre, usou toda essa circunstância para gerar quebrantamento e arrependimento no coração do Seu servo, o profeta. Jonas ainda precisava aprender que havia algo muito melhor do que fazer as coisas para Deus. Fazer coisas para Deus até o Diabo faz. Deus espera que os Seus filhos realizem Sua obra e façam a Sua vontade enquanto andam com Ele e desfrutam da Sua presença na caminhada.

Podemos aprender o seguinte com o profeta Jonas:

Andar na presença de Deus requer um coração verdadeiramente novo. Não basta ser profeta, filho de profeta, israelita se não tiver um novo coração. O caminho para o novo nascimento passa pelo arrependimento genuíno, que é uma mudança profunda e definitiva do nosso interior. O orgulho e a presunção de Jonas o levaram a se considerar melhor que os ninivitas e, por conta disso, não desejar a salvação deles. Assim como Jonas, precisamos buscar um coração quebrantado que é capaz de, até mesmo, amar os nossos inimigos (Mateus 5.43-45);
A obediência a Deus deve ser o resultado da nossa relação com Ele. Deus estava ensinando ao profeta que não bastava obedecer só por obedecer, seja por medo ou por esperar uma recompensa em troca. Esse não é o propósito de Deus para os Seus filhos. Jonas ainda tinha que aprender que Deus não quer que sejamos meros executores de tarefas. O nosso principal objetivo na vida é o de conhecer ao nosso Deus, nos relacionar com Ele e desfrutarmos da Sua presença. Somos chamados a obedecer ao nosso Senhor por causa da nossa relação com Ele: “Vocês serão meus amigos se me obedecerem. Eu já não os chamo de escravos, porque um escravo não sabe o que o seu senhor faz; agora vocês são meus amigos, e a prova é o fato de que eu lhes disse tudo o que o Pai me disse.” (João 15.14-15 – NBV);
Quando andamos com Deus nossa vontade é realinhada com a d’Ele. É isso aí! Se o melhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus, então precisamos continuar caminhando com Ele enquanto vamos descobrindo a Sua vontade para as nossas vidas. Jonas teve que sentir na pele a dura realidade que é tentar se afastar de Deus e fazer as coisas do próprio jeito, mas o Senhor o atraiu de volta para a Sua presença, o chamou para perto novamente e realinhou a sua rota na direção da Sua soberana vontade. Muito bem! Se nós já sabemos que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” e que a Sua vontade é “boa, agradável e perfeita” (Romanos 8.28; 12.2), não podemos desejar outra coisa que não andar na presença de Deus e ousar pedir a Ele: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6.10);
Deus continua usando pessoas imperfeitas que não abrem mão de andar na sua presença! Jonas teve que aprender que não era perfeito, que não deveria se considerar melhor que os ninivitas, que Deus sempre vai cumprir os Seus propósitos, quer a gente goste ou não, quer a gente coopere ou não. Essa história nos inspira, pois, mesmo que Jonas fosse relutante, vemos Deus ainda decidido em usá-lo para cumprir Seu propósito. O Senhor é quem trabalha em nós, apesar de nossas falhas e resistência. Aprendemos que andar com Deus é um processo de crescimento e rendição constantes. Enquanto andamos com Deus, somos aperfeiçoados na Sua presença. Enquanto somos aperfeiçoados, podemos também ser luz na vida de outras pessoas, guiando-as na direção da presença de Deus. Andar com Deus é sempre a nossa melhor e mais empolgante decisão!