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Estudos e artigos

JESUS, ESPERANÇA DE RESTAURAÇÃO

Que trabalho minucioso e delicado aquele do restaurador de obras de arte. Pinturas desgastadas pelo tempo recobram suas cores vivas e afrescos escondidos debaixo de camadas de tinta ou cal ressurgem do nada e dão um entendimento todo novo a uma construção. Para quem assiste o trabalho, parece daqueles que não saem do lugar, enfadonhos, mas para o especialista, a pressa é, literalmente, inimiga da perfeição. E essa perfeição acaba saltando aos olhos quando, findado o trabalho, contemplamos o resultado que enche os olhos.

O salmista exclama ao Senhor: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” (Salmos 139.13-14). De alguma forma, ele se percebe como uma obra cuidadosamente lapidada por Deus, mas ao mesmo tempo, carece de restauração, ao afirmar “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” (vv. 23-24). Isso acontece porque, por mais linda que seja a obra original, ela se encontra desgastada e judiada, não pelo tempo, mas pelo pecado e pelo mal, tanto interno quanto externo.

A necessidade de restauração é total e imediata. A forma como lidamos com a Criação, com a natureza, precisa ser restaurada, precisamos mudar de vis destruidores para zelosos cuidadores daquilo que Deus criou e disse que era bom! A forma como lidamos com o próximo precisa ser restaurada, pois nunca estivemos tão longe do ideal de Cristo de amar o próximo como a nós mesmos. E a forma como nos relacionamos com Deus precisa de restauração, pois todo movimento humano nesse sentido é enxugar gelo ou tapar o sol com peneira. Não dá resultado algum que preste.

Uma restauração total e imediata é necessária, e o próprio Artista, sabedor da nossa incapacidade de promover nossa própria restauração, proveu a si mesmo como restaurador de tudo e de todos. O Deus que nos criou veio em forma de homem, na pessoa do Filho, Jesus Cristo, para que, por meio da experiência de salvação pela fé em Seu sacrifício na cruz, pudéssemos ser iniciados num processo divino de restauração da nossa existência como imagem e semelhança de Deus. A partir dessa restauração pessoal, que tem como base o perdão de nossos pecados e uma transformação interior de vida, o Criador estende essa restauração à humanidade e à própria criação, pois espera-se que a agência dos inicialmente restaurados em Cristo cause influência tal à sua volta que a própria sociedade e também a natureza sejam largamente beneficiadas.

Entretanto, o trabalho atual do Restaurador ainda não terminou. Jesus começou a obra, o Espírito Santo continua o trabalho, mas, o arremate final ainda acontecerá, quando, na volta de Cristo, receberemos novo corpo, os mortos ressuscitarão e Novos Céus e Nova Terra concretizarão a restauração do nosso habitat. Como diz a Palavra, mal nem dano algum será feito, e Deus enxugará de todos toda lágrima.

As mãos do Restaurador ainda estão estendidas. Se você ainda não se entregou a Ele, faça-o o quanto antes. Se você já está no processo de restauração, busque o agir do Espírito em sua vida de forma mais intensa. O processo é contínuo, mas deve começar o mais breve possível. O resultado, com certeza, ao final, será de “encher os olhos”, mas da glória de Deus.

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha

Pastor Auxiliar