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Marcos 5.21-43

O homem nunca se conformou com sua limitação. Nosso corpo não foi feito para nadar longas distâncias – daí inventamos o barco. Olhávamos com inveja o voo dos pássaros, até que a tecnologia permitiu a construção dos aviões e o homem passou a conhecer as nuvens de perto. A lua é ou não feita de queijo? Construímos um foguete espacial e para lá fomos. Contudo, alguns limites continuam a nos assombrar. O maior deles, claro, o da própria vida, ou seja, a morte.

Desde a rebelião no Éden temos convivido com o maior limite de todos. Por mais que a medicina tenha avançado, por mais que a média de vida da humanidade tenha aumentado nas últimas décadas, onde conhecer uma pessoa com mais de 100 anos de idade não é mais algo raríssimo, continuamos nos deparando com o maior limite de todos: um dia todos vamos nos dar conta de que nosso corpo não durará para sempre.

Jairo – o chefe da sinagoga do relato de Marcos 5 – teve que enfrentar esse limite de uma das piores formas possíveis: com sua amada filhinha de apenas 12 anos. Não é a idade em que se espera ter que lutar contra uma enfermidade mortal. Com a filha, então, é uma das dores mais intensas que alguém pode encarar. Um pai faria de tudo para resolver a situação, e provavelmente Jairo o fez, sem obter o resultado esperado. O que fazer, então? Desesperar-se ou esperar por aquele que vinha rompendo todos os limites humanamente conhecidos?

Jesus havia chegado de barco na cidade. Jairo já havia escutado as histórias de cura e que até havia cessado uma tempestade com o poder de Sua voz. Jairo, então, reconhecendo seus próprios limites, se lança aos pés d’Aquele que tinha poder sobre tudo e sobre todos. E a intervenção de Jesus começa logo sobre a limitação da própria fé de Jairo. Se sua fé o levou até a, prostrado, pedir a Jesus que curasse sua filhinha, quando chegou a notícia da morte da pequena, Jesus interveio com uma frase simples, mas direta: “Não tenha medo, apenas creia!”. Quando as notícias que chegaram foram mais fortes que a própria fé de Jairo, o Senhor Jesus agiu para levá-lo para além de seu próprio limite.

Não existe uma pessoa incrédula, sequer. Até o mais ateu dos ateus tem fé em sua própria capacidade de vencer. Há aquele que acredita na humanidade, na ciência, em anjos, espíritos, forças, cristais ou qualquer coisa parecida. Contudo, chega um momento, como aconteceu com Jairo, que nossa crença não funciona mais, nosso limite bate às portas. Nessa hora, só há uma fé capaz de prevalecer: a fé em Jesus Cristo. Só Ele demonstrou poder sobre a morte, seja na vida de outras pessoas, como a filha de Jairo, seja principalmente em sua própria vida, mostrando, na Sua ressurreição, que a morte não tem poder para lhe impor qualquer limite.

Sim, somos muito mais limitados do que gostaríamos de reconhecer. E Jesus é muito mais poderoso do que conseguimos conceber. A fé n’Ele implica uma entrega da vida Àquele que venceu não só a Sua própria morte na cruz, mas também a nossa, entregando-nos, pela fé e de graça, a vida eterna. O que você está esperando, então? “Não tenha medo, apenas creia!”.

“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5.24)

– Pr. Luis F. Nacif Rocha – Pastor Auxiliar