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Estudos e artigos

Igreja: Natureza e Limites

Lembro-me uma vez de um grupo de jovens que veio à Oitava Igreja para falar de um trabalho que eles faziam em uma comunidade carente dessas que pouca gente se anima a chegar perto. Em meio à pobreza, violência e todo tipo de agressão física, emocional e espiritual, este ministério “informal” estava, através das artes, levando a palavra de esperança do Evangelho aos seus moradores. Dando seu testemunho, a pessoa que liderava o trabalho disse algo tão interessante quanto errado: “Nós estamos indo aonde a Igreja não consegue chegar”.

Digo interessante, pois a frase carrega em si algo marcante da natureza da Igreja. Quando Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja (Mt 16:18), ele comparava o avanço espiritual dos discípulos para cima do inferno com o assalto de um exército contra uma cidade murada. Os exércitos sempre investiam contra as portas da cidade, pois era o ponto mais frágil. Derrubar as portas era garantia de vitória contra a cidade, quando o exército invasor tomava posse de tudo e de todos que estavam além dos muros. O que aquele ministério estava fazendo era exatamente isto. Eles estavam invadindo uma cidadela montada pelo inferno e atuando como sal e luz para trazer libertação ao povo daquela comunidade carente.

Mas também digo que há algo de muito errado naquela frase. Ela carrega em si um erro enorme quanto à natureza da Igreja. Para aquela pessoa, ela e seu grupo iam “aonde a igreja não conseguia chegar”. Mas a pergunta que automaticamente se levanta é: então quem é a Igreja? É certo que ela se referia a um ministério oficial e organizado de uma igreja institucional, o que mostra uma visão completamente deturpada da natureza da Igreja. Jesus foi claro ao dizer que ele se faria presente onde dois ou três estivessem reunidos em seu nome (Mt 18:20). A Igreja está presente na instituição, mas não é restrita a ela. Uma coisa não exclui a outra.

Somos Igreja quando nos reunimos em um lugar aos domingos para juntos adorarmos a Deus, mas também somos Igreja quando nos reunimos como grupo em uma casa, invocando o nome de Jesus. Somos Igreja quando servimos como voluntário em um ministério da igreja institucional, mas também o somos quando visitamos uns aos outros para levar uma palavra de encorajamento ou consolo. Somos Igreja quando fazemos um culto no lar com a presença de um pastor ordenado, mas também somos Igreja quando nos reunimos para orar e compartilhar um estudo bíblico, no Grupo de Crescimento.

O Espírito de Deus se manifesta presente nos cultos de adoração da Oitava Igreja, mas também o faz com igual intensidade nas reuniões dos GCOIs, e em cada iniciativa de seus membros que é pautada nas Escrituras, tendo a glória de Jesus como foco.

Tenha sempre em mente uma coisa. Quando nos reunimos nas casas, isto é nada menos que a Igreja indo onde ela é chamada para ir e sendo o que ela é chamada para ser: um exército de amor e paz que arrebenta com as portas do inferno nas famílias e nas vidas individuais de todo o que se abre para a Mensagem.

nEle,

Pr. Luís Fernando Nacif Rocha | prluis@oitavaigreja.com.br