BATISMO E TENTAÇÃO DE JESUS
Logo depois de ser batizado por João Batista, no Rio Jordão, talvez o que todos esperassem como novo passo no ministério de Jesus fosse algo completamente diferente. Um batismo que reúne de forma explícita as três pessoas da Trindade é seguido por um dos momentos mais terríveis que nosso Senhor enfrentou: a tentação no deserto. Ao longo de sua vida, Jesus enfrentou inúmeras tentações, mas jamais pecou.
Que Deus tinha um propósito ao permitir que Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela declaração “foi levado pelo Espírito ao deserto”. Uma finalidade é nos assegurar que temos um Sumo Sacerdote capaz de se relacionar conosco em todas as nossas debilidades e fraquezas (Hb 4.15), porque Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos quais também somos. A natureza humana do nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossas próprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também.
As tentações de Jesus seguem três padrões que são comuns a todos os homens. A primeira tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mt 4.3-4), a qual inclui todos os tipos de desejos físicos. O nosso Senhor teve fome, e o diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando Deuteronômio 8.3. A segunda tentação foi acerca da soberba da vida (Mt 4.5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da Escritura contra Ele (Sl 91.11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a Escritura em sentido contrário (Dt 6.16), afirmando que seria errado abusar de Seus próprios poderes.
A terceira tentação foi acerca da concupiscência dos olhos (Mt 4.8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre os reinos do mundo (Ef 2.2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: “Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’” (Mt 4.10; Dt 6.13).
Caímos em muitas tentações porque nossa carne é naturalmente fraca, mas temos um Deus que não nos deixará ser tentados além do que possamos suportar; Ele proverá uma saída (1 Co 10.13). Podemos, portanto, ser vitoriosos e agradecer ao Senhor pelo livramento da tentação. A experiência de Jesus no deserto nos ajuda a enxergar essas tentações comuns que nos impedem de servir a Deus de forma eficaz.
Jesus deixa muito claro para todos nós que a arma mais poderosa para enfrentar as tentações é conhecer as Escrituras e aplicá-las nesta batalha espiritual. A armadura de um soldado cristão na batalha espiritual inclui apenas uma arma ofensiva, a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus (Ef 6.17). Conhecer a Bíblia intimamente vai colocar a espada em nossas mãos e nos capacitar a ter vitória sobre as tentações.
Pr. Eduardo Borges – Pastor Auxiliar