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Estudos e artigos

Batismo com o Espírito Santo

Apenas sete passagens no Novo Testamento referem-se a alguém sendo batizado no Espírito Santo. Nos primeiros quatro versículos, João Batista fala de Jesus e prediz que ele batizaria pessoas no (ou com o) Espírito Santo:

Mateus 3.11; Marcos 1.8; Lucas 3.16; João 1.33. É difícil extrair alguma conclusão dessas passagens a respeito do que o batismo com o Espírito realmente é. Apesar de vermos que ele será realizado por Jesus, nenhuma outra especificação é dada. As duas passagens seguintes referem-se diretamente ao Pentecostes.

Atos 1.5; Atos 11.16. Essas duas passagens nos mostram que, seja qual for nosso entendimento sobre o batismo no Espírito Santo, com certeza, ele aconteceu no dia de Pentecostes. Com exceção de pequenas diferenças no arranjo das palavras, esses seis versículos usam quase a mesma expressão no grego. A única referência que resta no Novo Testamento se encontra numa epístola de Paulo, em 1 Coríntios 12.13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.

A interpretação pentecostal tradicional é a de que este versículo se refere a um outro tipo de batismo, efetuado não por Jesus, mas pelo Espírito Santo, e que corresponderia à experiência pós-conversão. Mas, olhando o contexto da aplicação de Paulo aos coríntios, o batismo no/com/pelo Espírito Santo nos faz membros do Corpo de Cristo – “Todos nós fomos batizados em um corpo” – ou seja, quando eles se tornaram cristãos, quando foram inseridos na família de Deus. Todos os termos gregos sugerem uma íntima ligação do versículo da carta paulina com os seis versículos analisados anteriormente, derrubando uma tentativa de diferenciar um batismo “com (ou no) o Espírito Santo”, feita por Jesus na conversão do crente, de um batismo “pelo Espírito Santo”, feita pelo próprio Espírito numa segunda ocasião na caminhada do cristão.

Seria estranho pensar que os primeiros leitores dos evangelhos e das cartas (epístolas) pudessem entender que se tratava de assuntos diferentes. Assim, notamos que o apóstolo Paulo considerava que o batismo com o Espírito Santo ocorria no mesmo momento da conversão. (conforme sugere o teólgo Wayne Grudem, em sua obra Teologia Sistemática Atual e Exaustiva/Ed. Vida Nova, 2011, pg 639).

O enchimento com o Espírito Santo. Muitos cristãos chamam de batismo com o Espírito Santo o que na verdade é o enchimento com o Espírito Santo. “E não vos embriagueis com o vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito.” (Efésios 5.18). O tempo verbal empregado por Paulo seria melhor traduzido por “deixai-vos encher continuamente pelo Espírito.” Este enchimento não é uma experiência única, mas um evento que pode acontecer a qualquer hora ou lugar, quantas vezes o Espírito quiser, com a mesma pessoa.
Devemos pedir e buscar este enchimento diariamente, procurando, com isso, santificar as nossas vidas em consagração a Deus, abandonando o pecado numa entrega em comunhão e serviço.

Eduardo Borges (Pastor auxiliar)